
No final do ano passado foi publicada
uma pesquisa sobre a qualidade de ensino em 40 países. O Brasil ficou no 39ª
lugar, sendo considerado um dos piores sistemas educacional do mundo.[1] No entanto no inicio deste mês foi aprovada
uma lei que obriga os pais a matricularem na escola seus filhos de apenas 4 anos de idade. [2]
Na primeira infância, do zero aos
cinco anos de idade é formada a “base” da personalidade, neste tempo é muito importante para a criança
permanecer com a família. O amadurecimento cognitivo, que é responsável pela
forma como o aluno aprende, acontece em torno dos 6 a 7 anos de idade, que
coincide também com a capacidade de socialização. Isto é o que ensina a
pedagogia e a ciência da psicologia. Então com que objetivo nossas crianças
estão sendo retiradas do convívio familiar tão cedo? Se continuar neste ritmo
futuramente nossos filhos sairão da
maternidade direto para a escola?
A família é o lugar próprio e
ideal para os filhos ainda pequenos serem fortalecidos nos valores e na reta
consciência. É no relacionamento com os pais que eles descobrem a própria
identidade e sentem-se acompanhados por um sentimento de “pertença” (eu
pertenço a uma família).
Como mãe de quatro filhos, acompanho
com muito preocupação esta decisão do Governo Federal de obrigar por lei
matricular as crianças de 4 anos na escola.
Percebo nesta decisão uma interferência direta na liberdade do exercício
da paternidade e da maternidade, pois é estabelecido pelo Estado um tempo “inferior
ao mínimo” para os pais formarem uma identidade familiar na criança. As crianças também ficam privadas precocemente do contato afetuoso que
recebe de seus pais correndo o risco de uma descaracterização de ser parte de
uma família. Porque nossas famílias são obrigadas a confiar a educação de seus
filhos tão pequenos para os poderes públicos sendo que foi avaliado como um dos
piores sistema educacional do mundo?
O Papa Bento XVI, durante os seus
8 anos de Pontificado nos advertiu sobre os riscos da ditadura do relativismo.
A muito tempo algumas autoridades tem se esforçado em relativizar o valor fundamental
da família e sua importância insubstituível para o desenvolvimento saudável da
criança. Cabe aos pais desta geração acordar para os riscos dos quais os filhos
estão vivenciando neste tempo, e buscar uma resposta para preservar o projeto
original de Deus para a família.
Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom
Pastor
Nenhum comentário:
Postar um comentário