“CRESCEI E MULTIPLICAI” (Gn 1,29)

No início desta semana, nossa
filha mais velha chegou em casa contando um fato que aconteceu durante a aula
de história. A professora perguntou aos alunos da classe dela sobre quantos
irmãos cada um tinham. Todos com exceção de nossa filha responderam que tem
apenas um irmão (a). Um dos alunos disse ser filho único.
Mas o fato curioso foi o
comentário da professora feita para a sua turma. Disse ela: “É um sinal de
desenvolvimento e de evolução de nossa sociedade, o fato de as famílias terem
menos filhos. Disse também que ter poucos filhos contribui com o nosso planeta
que já tem tantas pessoas”. Este foi o comentário que nossa filha escutou em
plena semana do dia das mães. Agora, que visão de maternidade é passada aos
nossos adolescentes? Que cada filho, cada criança é um predador do planeta?
Isto é muito triste.
No relato da criação do mundo, no
Livro do Gênesis, Deus falou para o primeiro casal humano: “Crescei e
multiplicai”, esta ordem do Criador veio acompanhada com a benção da
fecundidade. Em todos os tempos da história esta verdade permanece; Aquele que
nos criou renova a cada dia este chamado: “Crescei e multiplicai, enchei a
terra e submetei-a”(Gn 1, 29). Hoje existe um esforço que busca inverter este
desígnio Divino. Parece que querem que esvazie a terra e que nos submetamos a
ela.
O Pontifício Conselho para a
Família, no ano de 1998, fez uma Declaração sobre a diminuição da fecundidade
no mundo e sobre a gravidade da situação de 51 países; onde a taxa da
fecundidade está abaixo do limiar de substituição das gerações.
Portugal é um dos países com a
menor taxa de natalidade do mundo, e há alguns anos está passando por uma séria
crise econômica. A Conferência episcopal portuguesa está encorajando as
famílias portuguesas a terem filhos, como resposta para reverter o colapso
econômico deste país[1].
Como disse recentemente o Papa
Francisco: “ cada vez que uma mulher dá a luz a um filho, continuamos a apostar
na vida e no futuro”[2]. Que
nossas famílias possam ter a coragem de continuar investindo na vida e no
futuro, abrindo-se para a geração dos filhos.
Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom
Pastor
[1] Losservatore Romano nº16, pg14. Nota
pastoral da Conferência episcopal portuguesa – A família é um bem
insubstituível.
[2] Papa Francisco. Carta Pastoral do
Arcebispo de Buenos Aires Jorge M. Bergoglio para o Ano da Fé.
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