terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Pais perdem guarda dos filhos por serem “muito cristãos”

“Pátria Educadora” na Noruega: acusados de “radicalismo e doutrinação cristã”, Ruth e Marius Bodnariu foram afastados dos seus cinco filhos pelo departamento de “proteção à infância”. Casal já está há quase um mês longe das crianças.
Em um ato flagrante de abuso de poder, o governo da Noruega tomou cinco crianças de sua família, depois de os seus pais serem acusados de "radicalismo e doutrinação cristã". Ruth e Marius Bodnariu estão desde o dia 16 de novembro sem os filhos – dois meninos, duas meninas e um bebê, ainda em fase de amamentação –, que foram transferidos a diferentes lares adotivos, por decisão do Barnevernet, o departamento de "proteção à infância" da Noruega. Uma petição online pedindo o retorno das crianças à sua família já foi assinada por mais de 35 mil pessoas.
De acordo com Daniel Bodnariu, irmão de Marius, toda a confusão começou com uma denúncia "feita pela diretora da escola onde as meninas estavam". As acusações – que ele revela em uma página do Facebook criada justamente para esse propósito – são estarrecedoras:
"A diretora chamou o Barnevernet expressando 'preocupações': as meninas contaram-lhe que estavam sendo disciplinadas em casa. Na sua mensagem, ela também disse que os pais são fiéis cristãos, 'muito cristãos', e que a avó tem uma forte convicção de que Deus castiga o pecado, o que, na opinião dela, cria uma inabilidade nas crianças. De acordo com a declaração da diretora, os tios e tias das meninas compartilham da mesma crença. A denúncia também diz que, ainda que as garotas sejam notáveis por seus bons resultados na escola e que a diretora não acredite que elas sejam abusadas fisicamente em casa, ela acha que os pais precisam de 'ajuda' e orientação do Barnevernet para criar os seus filhos."
Depois da queixa da escola, todas as coisas aconteceram muito rápido.
No dia 16 de novembro, as duas filhas mais velhas, Eliana e Naomi, foram literalmente "raptadas" da escola, sem o conhecimento dos pais. O Barnevernet ainda foi à casa da família, levou embora Matthew e John – sem nenhum mandado judicial –, e conduziu Ruth e o bebê para a delegacia. Marius, que estava no trabalho, também foi levado para um interrogatório. Depois de várias horas, o casal foi autorizado a voltar para casa, mas somente com Ezekiel, o filho de três meses.
No dia seguinte, porém, os agentes do Estado voltaram à casa dos Bodnariu e levaram também o bebê de três meses. A alegação era de que a mãe se tratava de uma pessoa "perigosa". Na mesma hora, a mãe foi avisada de que seus outros quatro filhos tinham sido colocados em diferentes casas adotivas e que já teriam se adaptado ao lugar, não sentindo mais a falta dos pais (!).
Depois de consultar um advogado, o casal obteve acesso ao documento com as acusações legais preenchidas contra eles. Entre outras coisas, havia a denúncia de que os pais e avós da família eram "cristãos radicais" e que estavam "doutrinando os filhos".
Até o momento, o casal Bodnariu ainda está separado de seus cinco filhos. Ruth e Marius estão impedidos de ver os quatro mais velhos e a mãe só pode ver o pequeno Ezekiel esporadicamente. "O que eles não entendem é por que os seus filhos foram tirados de si sem serem previamente alertados", explica Daniel, no Facebook. "Por que foram tratados como criminosos ou maus pais – como os adictos em drogas e alcóolatras? Por que ainda lhe estão sendo negados os seus direitos como pais, que deveriam prevalecer contra qualquer direito que o Estado possa presumir?"
Não é a primeira vez que o departamento de "proteção à infância" da Noruega é acusado de intrometer-se indevidamente na vida das famílias, com alguns líderes políticos chegando a qualificar o Barnevernet de "nazista". Diante de episódios como esses, é realmente difícil não evocar as cruéis imagens dos regimes totalitários do século XX, que, detendo a "fórmula" de uma sociedade perfeita, tentaram impô-la a todo o custo, desprezando as instituições e os direitos mais elementares dos indivíduos.
No rol desses "princípios inegociáveis" – os quais, longe de serem meramente religiosos, constituem normas de direito natural –, o Papa Bento XVI não se cansava de elencar a "tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos". A Igreja leva tão a sério essa verdade, que Santo Tomás de Aquino, ainda na Idade Média, condenava que se ministrasse o batismo a filhos de pais judios, reconhecendo que as crianças "estão sob o cuidado dos pais segundo o direito natural". São os pais, portanto, que devem formar os próprios filhos, cabendo ao Estado um papel simplesmente subsidiário, alternativo, nesse processo. Daqui o problema do slogan "Pátria Educadora", adotado recentemente pelo governo federal brasileiro. A Educadora por excelência é a família, não o Estado.
Na verdade, o caso da família Bodnariu revela um drama crescente nos países nórdicos,dominados por um secularismo anticristão agressivo e por um Estado cada vez maior e mais autoritário. Na Suécia, por exemplo, as crianças não são mais criadas por um pai e uma mãe, mas por "funcionários públicos" das "creches do Estado". Lá, assim como em outros lugares dominados por uma ferrenha engenharia social, a "Pátria Educadora", mais que um projeto, é já uma triste realidade.
Tragicamente, a ascensão e fortalecimento da educação estatal é acompanhada por uma crise familiar praticamente sem precedentes na história humana. Com a ausência da figura paterna e as mulheres cada vez mais fora de casa, os filhos vão sendo empurrados para escanteio. Como alertou recentemente o Papa Franciscoos pais e as mães "se auto-exilaram da educação dos próprios filhos" e, por outro lado, "multiplicaram-se os assim chamados 'especialistas', que passaram a ocupar o papel dos pais até nos aspectos mais íntimos da educação". Também a "cultura da morte" se alimenta de tudo isso. Sem o profundo desprezo de nossos contemporâneos pela paternidade, de fato, dificilmente seria possível falar de uma "indústria" em torno da prática do aborto e dos métodos anticoncepcionais.
A todo esse show de horrores se juntam o ódio e a intolerância flagrantes à religião cristã. Nunca se ouviu falar tanto de "liberdade" – as pessoas "são livres" para fumar maconha, para ter sexo com quem quiserem, para matar os próprios filhos, para dizer que homem e mulher são meras "construções sociais" – e, no entanto, quando uma família decide ensinar aos seus membros as verdades da fé cristã – ou simplesmente que "Deus castiga o pecado" –, o Estado rouba-lhes os filhos. Há liberdade para tudo, menos para ser cristão. Não se pode dizer que Deus castiga, se não quem castiga é o Estado.
"Há muitos casos de abuso dentro das famílias", reconhece Daniel Bodnariu. "Obviamente, esses casos devem ser punidos. Mas é uma enorme responsabilidade ser capaz de discernir quando realmente há ou não um abuso, porque, ao não fazer isso apropriadamente, você pode destruir uma família".
É o que está acontecendo com os Bodnariu, na Noruega, e é o que pode acontecer em todo o globo, caso os pais não despertem com urgência para o seu imperativo – e intransferível! – deverde educar os próprios filhos. Só isso pode dar jeito à farsa totalitária da "Pátria Educadora".
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/pagina/2

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Como criança

A paz de Cristo!

"Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?
E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,
E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.
Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.
E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe."



Ser como criança, é não sentir vergonha de ser ela mesma,
é de falar a verdade sempre mesmo que a verdade incomode,
é sentir amor e expressar,
é não ter preconceitos,
é não se importar com vaidades,
é ser sempre autêntico,
é perdoar, sem nenhum interesse,
é brincar de imaginar,
é fazer de um simples objeto um grande sonho,
é imaginar que todos são felizes,
é ver em tudo a grandeza, como admirar a chuva que cai,
é ver que o outro está triste e perguntar se está dodói,
é ser inocente, 
é acreditar que Jesus é sempre seu amigo,
que Maria é a sua mãe e José seu pai e pronto!

Para encontrar Jesus necessitamos voltar a ser criança, 
Que a força do Espírito Santo inunde nosso ser e nos transforme cada dia em uma criança, que nasce com a certeza de Deus.

Que neste Natal o mistério do nascimento de Jesus, nos envolva e nos toque verdadeiramente para uma sincera mudança!

Obrigado a todos que acessaram o Blog neste ano!
Desejo a todos um feliz natal e um ano novo iluminado por Deus!

Cristian Giosele  













segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal

POR PROF. FELIPE AQUINO

thor São Bonifácio arvore

Quando pensamos em um santo, talvez em um primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos. Entretanto, existe um santo assim, conhecido como São Bonifácio.
Este santo nasceu na Inglaterra por volta do ano 680. Bonifácio ingressou em um monastério beneditino antes de ser enviado pelo Papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois eventualmente como bispo.
Sob a proteção do grande Charles Martel (conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.
A respeito deste santo, o Papa Bento XVI disse no ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para a organização e seu caráter flexível, amigável e forte” foram fundamentais para o sucesso das suas viagens.
O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A primeira árvore de natal): “Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.
Aproximadamente no ano 723, Bonifácio viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia. Ele conhecia uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.
Bonifácio, acatando o conselho de um irmão bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. Com seu báculo de bispo na mão, Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse: “Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. Mas, o Bispo estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e salvou a vida deste menino.
Logo, dizem que Bonifácio disse ao povo: “Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma, a partir de agora vocês começarão a viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.
Então, Bonifácio pegou um machado que estava perto dele e, segundo a tradição, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas raízes. A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo construiu uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história foi muito além das destruições da poderosa árvore.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno abeto e disse: “Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta noite. Esta é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu. Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade”.
Desta forma, os alemães começaram uma nova tradição nessa noite, a qual foi estendida até os nossos dias. Ao trazer um abeto a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a árvore de Natal.
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Fonte para o blog: http://cleofas.com.br/thor-sao-bonifacio-e-a-origem-da-arvore-de-natal/

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Papa Francisco abre Porta Santa e dá início ao Ano da Misericórdia

Francisco explicou que entrar pela Porta Santa significa “descobrir a profundidade da misericórdia do Pai”

Kelen Galvan
Da redação
Francisco durante homilia na abertura do Ano da Misericórdia / Foto: Reprodução CTV
Francisco durante homilia na abertura do Ano da Misericórdia / Foto: Reprodução CTV
Nesta terça-feira, 8, o Papa Francisco abriu o Jubileu extraordinário da Misericórdia, o 29ª Ano Santo vivido na história da Igreja. Também hoje, celebra-se o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II.
Antes de abrir a Porta Santa, o Santo Padre presidiu na Praça São Pedro a Santa Missa da Solenidade da Imaculada Conceição.
Na homilia, Francisco destacou que o gesto “altamente simbólico” da abertura da Porta Santa da Misericórdia acontece à luz da Palavra de Deus escutada na liturgia de hoje, que evidencia a primazia da graça, que envolveu a Virgem Maria, tornando-a digna de ser mãe de Cristo.
“A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade”, reforçou o Pontífice.

Amor que perdoa

O Papa disse ainda que a festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. “Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva”.
O Santo Padre recorda que há sempre a tentação do pecado, que se exprime no desejo de projetar a própria vida, independentemente da vontade de Deus. Segundo ele, esta é a “inimizade” que ameaça continuamente a vida dos homens, contrapondo-os ao desígnio de Deus.
Todavia, afirma o Pontífice, a própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa. “Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. Mas não! A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai”.

Descobrir a misericórdia de Deus

Francisco destacou que também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça e entrar pela Porta Santa significa “descobrir a profundidade da misericórdia do Pai” que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um.
O Papa explicou que, neste ano, os fiéis são convidados a crescer na convicção da misericórdia, e disse que, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo julgamento de Deus, fazemos uma grande injustiça à Ele e à sua graça, pois eles são perdoados, primeiramente, por sua misericórdia.
Nesse sentido, o Santo Padre expressou seu desejo de que atravessar a Porta Santa permita a todos sentirem-se participantes deste mistério de amor. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”.

50 anos do Concílio Vaticano II

O Pontífice recordou ainda que, há 50 anos, os padres do Concílio Vaticano II escancaram outra porta ao mundo. E destacou que, a riqueza deste evento, não está apenas nos documentos elaborados, mas primariamente, no verdadeiro encontro que ocorreu entre a Igreja e os homens deste tempo.
“Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retomada de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive”, ressaltou.
Por fim, Francisco enfatizou que também o jubileu exorta a cada um a esta abertura, ao impulso missionário, a não esquecer o espírito que surgiu no Vaticano II: o do samaritano.
abertura ano misericordia foto

Abertura da Porta Santa

Ao final da Missa, o Papa Francisco dirigiu-se à Porta Santa da Basílica de São Pedro. Após uma breve oração, subiu os degraus em silêncio e com três toques abriu a Porta Santa, dando início ao Ano da Misericórdia.
O Pontífice foi o primeiro a atravessar a Porta Santa, seguido pelo Papa emérito Bento XVI e pelos demais concelebrantes, outros sacerdotes, religiosos e por alguns fiéis.
Francisco dirigiu-se ao Altar da Confissão no interior da Basílica de São Pedro e concluiu a Santa Missa com uma oração e sua benção apostólica.
Bento XVI foi o segundo a atravessar a Porta Santa / Foto: Reprodução CTV
Bento XVI foi o segundo a atravessar a Porta Santa / Foto: Reprodução CTV
Fonte: http://papa.cancaonova.com/papa-francisco-abre-porta-santa-e-da-inicio-ao-ano-da-misericordia/

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Resgatam o bebê recém-nascido abandonado no presépio de uma igreja nos EUA

POR PROF. FELIPE AQUINO

PesebreHolyChildJesusChurch

O site ACI Digital divulgou ontem (26/11/2015) a notícia de um funcionário da manutenção que encontrou e resgatou um bebê recém-nascido, ainda com o cordão umbilical, enrolado em uma toalha, que foi abandonado no presépio de uma paróquia em Nova Iorque (Estados Unidos).
José Moran (60), trabalha fazendo manutenção na paróquia Holy Child Jesus (Santo Menino Jesus) há três anos e foi quem encontrou o bebê por volta das 13h da última segunda-feira.
“Eu estava varrendo a Igreja, quando escutei o bebê chorando. Não prestei muito atenção, pois pensava que o menino estava acompanhado da sua mãe”, disse José à Daily News.
Continuou varrendo, enquanto o bebê permanecia chorando.
“Olhei ao meu redor e não vi ninguém. Isto me preocupou. Cheguei perto do presépio montado dentro da paróquia… e não pude acreditar! Havia um bebê enrolado em uma toalha. Ainda tinha o cordão umbilical e estava junto à imagem da Virgem Maria”, narrou o funcionário.
Moran indicou que os funcionários da paróquia tinham terminado de montar o presépio exatamente uma hora antes de encontrar o bebê. E disse: “Felizmente o deixaram em um lugar seguro e não o abandonaram em qualquer lugar”.
Após ser descoberto, o bebê foi levado ao Hospital Jamaica Center, onde foi levado a seção de cuidados infantis, enquanto a polícia tentava localizar a sua mãe.
“Deus intervém de maneiras misteriosas. A mãe do menor poderia estar passando por um momento difícil em sua vida. Ela encontrou este Presépio… este lugar vazio onde Jesus será colocado em poucas semanas… como um lar para seu filho”, manifestou o Pe. Christopher Heanue, um dos sacerdotes da Holy Child Jesus.
Por considerarem este acontecimento como uma surpresa prévia ao Natal, os fiéis chamaram o bebê de “Menino Jesus”.
O sacerdote adiantou que alguns paroquianos já manifestaram interesse em adotar o menino. Um dos paroquianos, apelidado João Batista, ofereceu-se para adotar o “Menino Jesus”.
A polícia encontrou evidência em um vídeo que mostra uma mulher entrando na Igreja com o bebê e minutos depois saiu com as mãos vazias. Os detetives também encontraram um vídeo da mulher quando comprava toalhas em 99. Cents & Up Market, uma loja perto da paróquia.
John Lv, um funcionário da loja, indicou que viu uma senhora entrar com um bebê enrolado dentro do seu casaco. Disse que “estava muito tranquila”.
“Não podemos imaginar o desespero pelo qual estava passando esta mulher, mas ela colocou o seu bebê no lugar onde Jesus nasceu… quis que estivesse perto de Cristo. Talvez nunca a conheçamos, mas rezamos por ela”, expressou Rocio Fidalgo, porta-voz da Diocese de Brooklyn-Queens.
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Fonte para o blog: http://cleofas.com.br/resgatam-o-bebe-recem-nascido-abandonado-no-presepio-de-uma-igreja-nos-eua/

A pedagogia de Deus

Para evangelizar, não precisamos inventar fórmulas novas. O modelo verdadeiramente eficaz — e provado na história pela vida dos santos — está à nossa inteira disposição, nos Evangelhos.
A Revelação de Deus iniciou-se com a criação. Desde o princípio, o Criador manifestou-Se à criatura, a fim de animá-la a penetrar cada vez mais na vida da graça. Essa Revelação adquiriu um significado particularmente novo no contexto do pecado original. O que antes já estava nos planos divinos, isto é, a salvação do homem por meio da comunhão plena com o Senhor, tornou-se mais profundo, à medida que a criatura precisava agora não somente da salvação como também da redenção. Em resumo, Deus falou conosco de diversas maneiras para ensinar-nos a amar. Isso nos permite dizer que a "Revelação não é mais do que a educação do gênero humano" ao amor [1].
A pregação de Jesus, último estágio da Revelação Divina, ocorreu na "plenitude dos tempos" (Gl 4, 4). Cristo revelou os projetos de Deus através dos milagres que realizou, dos discursos que proferiu, da caridade que praticou e, sobretudo, pelo derramamento de Seu sangue no sacrifício da cruz. Ele salvou a humanidade — abrindo-lhe as portas do Céu — e a redimiu — purificando-a da mancha do pecado original. Jesus falou com clareza aos ouvidos humanos; mostrou que o único caminho para o Céu é o da renúncia de si mesmo, ou seja, do desapego das coisas deste mundo, para que possamos, uma vez unidos à glória divina, viver livremente, enraizados n'Ele, firmes na fé.
Neste tempo de nova evangelização, um apelo fortemente repetido pelos últimos papas, devemos voltar nossos olhos para a pedagogia de Deus, procurando perscrutar de que modo Ele transmitiu Seus ensinamentos. Com certeza, Seu método pedagógico, manifestado principalmente no ministério de Cristo, é a fonte segura para nossos projetos pastorais. Não precisamos inventar fórmulas novas nem pseudo adaptações do Evangelho, quando o modelo verdadeiramente eficaz — e provado na história pela vida dos santos — está à nossa inteira disposição. É claro que, em decorrência das fortes mudanças culturais, o evangelizador precisa esforçar-se para transmitir a Boa Nova numa linguagem sempre compreensível [2]. Mas isso não significa modificar o conteúdo da fé, mutilando artigos que pareçam inconvenientes. A pregação cristã nunca deve seguir o caminho da ambiguidade. A atualidade da Palavra de Deus é "a atualidade da verdade novamente dita e pensada de novo" [3].
Vejamos o exemplo de Jesus: Ele começa Seu ministério com a oração (cf. Mt 4, 1-2; Mc 1, 12s; Lc 4, 1-13). Isso serve, em primeiro lugar, para nos recordar que todo empreendimento espiritual, seja grande seja pequeno, deve partir do diálogo fecundo com Deus. Em um tempo em que é grande a tentação do fazer, a tentação de transformar o cristianismo em um moralismo da ação, o escondimento de Cristo durante os seus primeiros trinta anos leva-nos a reconsiderar a importância da oração no apostolado. Dobrar os joelhos para conversar com o Senhor é o remédio eficaz contra a vanglória de achar que somos os salvadores da humanidade. "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15, 5). Essa exortação de Jesus aos apóstolos, radicada na certeza de que somente na comunhão com Ele é possível produzir muitos frutos, deve ficar muito bem gravada em nossos corações (cf. Jo 15, 5).
A pregação de Cristo também precisa nortear nosso apostolado. É muito comum escutarmos que, na apresentação dos artigos do credo, deve-se dar primazia mais àquilo que manifesta a beleza da verdade e a comunhão do que a discordâncias desnecessárias. O encontro com o amor, dizem, é suficiente para a conversão. Isso é verdade até certo ponto. Primeiro, é verdade se esse amor significa a Pessoa de Cristo, a sua doação e sacrifício por nós, com todas as suas exigências, sem atenuações politicamente corretas. Segundo, o encontro com o amor provoca mesmo uma mudança em nós. Mas essa mudança nem sempre é a conversão. Notem a atitude dos fariseus: mesmo com todos os milagres de Jesus, com o reavivamento de Lázaro, eles tramam a Sua morte (cf. Jo 12, 37s). Ora, os fariseus também tiveram um encontro pessoal com Cristo. Porém, faltava-lhes o dom da fé para quebrar a soberba e o orgulho.
É uma grande ingenuidade achar que tudo pode se resolver simplesmente com uma pregação bonita e agradável aos ouvidos das pessoas. Ninguém melhor que Jesus para manifestar Sua misericórdia. E, ainda assim, os homens o rejeitaram. Se fôssemos dar ouvidos a alguns apologistas modernos, seríamos obrigados a dizer que o método de Jesus falhou porque foi rígido demais. No entanto, Ele não evitou polêmicas; disse abertamente: "Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação" (Lc 12, 51). No chamado discurso eucarístico, não temeu perder discípulos ao pregar a salvação por meio de sua carne: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna" (Jo 6, 54). A misericórdia, portanto, não é uma graça barata. Trata-se, ao contrário, de um anúncio que nos leva à penitência. Com efeito, a obstinação dos fariseus não nos coloca diante do fracasso de Jesus; coloca-nos diante da liberdade humana. Eles não creram porque não quiseram, porque aquelas palavras eram duras demais. "Quem o pode admitir?" (Jo 6, 60).
Existe, sim, uma hierarquia das verdades da doutrina católica, cujo anúncio, mesmo nos assuntos morais, deve ser feito de maneira tal, a fim de evitar desproporções entre a lei e a graça. Não podemos colocar fardos pesados sobre as costas dos fiéis. Por outro lado, isso não exclui a responsabilidade do pastor de sempre levá-los à busca da perfeição, pois, como ensinou São João Paulo II, "seria um erro gravíssimo concluir (...) que a norma ensinada pela Igreja é em si própria apenas um 'ideal' que deve posteriormente ser adaptado, proporcionado, graduado — dizem — às concretas possibilidades do homem" [4]. Na Encíclica Veritatis Splendor, lemos o seguinte:
Neste contexto, abre-se o justo espaço à misericórdia de Deus pelo pecado do homem que se converte, e à compreensão pela fraqueza humana. Esta compreensão não significa nunca comprometer e falsificar a medida do bem e do mal, para adaptá-la às circunstâncias. Se é humano que a pessoa, tendo pecado, reconheça a sua fraqueza e peça misericórdia pela própria culpa, é inaceitável, pelo contrário, o comportamento de quem faz da própria fraqueza o critério da verdade do bem, de modo a poder-se sentir justificado por si só, mesmo sem necessidade de recorrer a Deus e à Sua misericórdia. Semelhante atitude corrompe a moralidade da sociedade inteira, porque ensina a duvidar da objetividade da lei moral em geral e a rejeitar o caráter absoluto das proibições morais acerca de determinados atos humanos, acabando por confundir todos os juízos de valor [5].
Apascentar, dizia São Pio X, é, antes de mais nada, ensinar a doutrina. Uma vez que a Igreja é naturalmente missionária, "a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão" [6]. A evangelização é uma ordem divina e, precisamente por isso, um direito e um dever da Igreja. Esse direito-dever se torna ainda mais grave diante das provações. Todos os santos foram grandes missionários. Mesmo na velhice, Santa Hildegarda de Bingen não deixou de fazer viagens missionárias para exortar os cristãos "a uma vida em conformidade com a própria vocação" [7]. O seu anúncio claro e, por vezes, severo tratou de debelar o erro reformista dos cátaros, "recordando-lhes que uma verdadeira renovação da comunidade eclesial não se obtém tanto com a mudança das estruturas, quanto com um sincero espírito de penitência e um caminho concreto de conversão" [8].
O filólogo alemão Rosenstock-Huessy indica em seus estudos que os momentos de crise social são justamente aqueles em que a sociedade deseja ouvir mas não existe quem lhe dirija a palavra [9]. O povo de Deus pede uma resposta de seus pastores, segundo aquele desejo natural de abertura ao sagrado, dada a importância desse mesmo desejo ser purificado pela Revelação. Aqui se insere o serviço prestado pelo Magistério. É obrigação da Igreja orientar a sociedade. É obrigação dos sacerdotes "ajudar com o próprio exemplo aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os bons [...] para que alcancem, com o povo que lhes é confiado, a vida eterna", como também é obrigação dos demais "iluminar e ordenar de tal modo as realidades temporais, a que estão estreitamente ligados", a fim de que "sejam sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor" [10].
Nas pegadas de Jesus, a Igreja procura "expor muito bem o que se deve crer, esperar ou fazer; mas, sobretudo, [...] pôr sempre em evidência o amor de nosso Senhor, de modo que cada qual compreenda que qualquer ato de virtude perfeitamente cristão, não tem outra origem nem outro fim senão o amor" [11]. Não podemos nos conformar com este mundo. Não podemos calar a voz dos profetas. Não podemos ignorar o dilúvio de sangue, com o qual Jesus lavou nossas imundícies. A salvação da humanidade está, sim, no Corpo Místico de Cristo, que é a sua única Igreja. Anunciando isso, estamos anunciando a verdadeira misericórdia.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. SPIRAGO, Francisco. Catecismo Católico Popular (trad. port. de Artur Bivar). 3.ª ed., Lisboa: União Gráfica, 1938, vol. 1, p. 54.
  2. Cf. Comissão Teológica Internacional, Fé e Inculturação, 1988.
  3. Joseph Ratzinger, A atualidade doutrinal do Catecismo da Igreja Católica dez anos após a sua publicação (9 out. 2002).
  4. São João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis Splendor (6 de agosto de 1993), n. 103.
  5. Id., n. 104.
  6. Papa Francisco, Mensagem para o 52.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (26 de abril de 2015).
  7. Papa Bento XVI, Audiência Geral (8 de setembro de 2010).
  8. Idem.
  9. Cf. ROSENSTOCK-HUESSY, Eugen. A Origem da Linguagem. São Paulo: Record, 272 pp.
  10. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium (21 de novembro de 1964), nn. 26-31.
  11. Catecismo Romano, n. 10.
Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog