quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EXISTE UM TEMPO PARA CADA COISA

A fertilidade e esterilidade conjugal 


Neste final de semana, uma mãe em idade avançada lamentava que sua filha não conseguia engravidar. Dizia ela: “Bem, minha filha fez opção de investir primeiro na profissão e em viagens, agora que está com quase 40 anos ela quer ter filhos e não consegue”.
Esta realidade é bem comum, os casais colocam outros projetos como prioridade no casamento e vão adiando a chegada do bebê em suas vidas. Acontece que tanto para o homem quanto para a mulher, a fertilidade vai declinando com o passar dos anos.
O estilo de vida baseada no consumismo convence muitos casais jovens com a ideia de que “ para a sua própria felicidade e a dos filhos que terão, o esposos devem primeiro dispor de um longo tempo para serem felizes a dois...só depois disso é que poderão, eventualmente, permitir-se o nascimento de um filho... sociedade de consumo que ignora o verdadeiro sentido do amor coloca em primeiro lugar o orgasmo em abundância, a conta bancária e a aparelhagem eletrônica, e é só no fim da fila que sobra um lugar para a criança (uma ou no máximo duas)”.[1]
Outro fenômeno que é preocupante também é quando os casais que estão envolvidos na evangelização se deixam influenciar pela mentalidade anti-natalista; quando acham que a criança é um obstáculo para a liberdade de ir e vir que é próprio da missão. Cristãos, prestamos atenção, Deus investe nas famílias católicas; e como disse o Papa Paulo VI que é através da abertura para a vida dessas famílias é que se expande os filhos e filhas da Igreja que transmitem a boa nova  da salvação — a eterna e a terrena”[2]
Agora, um recado para os noivos que estão se preparando para o matrimônio: “O Dr. John Billings, que desenvolveu o Método de Ovulação Billings, costumava dizer que se fosse possível convencer os jovens que se casam, a terem seus filhos logo no início do casamento, maior seria o número de casamentos estáveis e felizes”[3].

Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom Pastor





[1] Cristo e o nosso corpo. André Léonard. Quadrante.
[2] Paulo VI, Alocução pronunciada em 12 de Fevereiro de 1966
[3] John Billings – O Dom da Vida e do Amor – Edições Loyola, pg 35

DE NASCIMENTO A NASCIMENTO, JESUS CHEGA ATÉ NÓS


Neste mês de outubro tive a graça de participar juntamente com minha família, de três celebrações de matrimônio. É sempre motivo de muita alegria para mim, participar de casamentos cristãos, as vezes fico imaginando que o céu é uma festa de casamento que não tem fim. É possível sentir a presença do céu aqui na terra, quando dois jovens que se amam, se unem no matrimônio pedindo a benção de Deus. 
Todo o ritual do matrimônio católico é belíssimo, mas um momento em especial se destaca, quando os noivos fazem as promessas um ao outro e para Deus diante dos testemunhos e familiares. E uma das perguntas que o celebrante faz aos noivos é: Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja? Naturalmente, em todos os casamentos que participei, os noivos responderam Sim, para esta pergunta. Acontece que no dia a dia, esta promessa é uma das mais difíceis de ser compreendida e correspondida. Primeiro porque existe um equivoco, quando os esposos acreditam que somente eles é que decidem e planejam  quantos filhos desejam ter; como se tivessem somente no domínio deles esta decisão. No entanto  a pergunta que foi feita a eles é se “estavam dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus”. Nesta pergunta percebemos uma afirmação, de que é Deus que toma a iniciativa de doar os filhos como dom para o matrimônio. Ao casal cabe escutar através da oração, qual é o Desejo Dele, qual é o sonho Dele no que diz respeito a chegada dos filhos no matrimônio.
A realidade é que convivemos e respiramos uma cultura pagã que tenta convencer os casais cristãos de que ser responsável é ter poucos filhos, um ou dois no máximo. Certa vez  São Josemaria Escrivá  convidou os casais a não estancarem as fontes da vida e  para o  terem senso sobrenatural e coragem para manter uma família numerosa, se Deus a envia.[1]
O Papa Paulo VI, grande defensor da fecundidade conjugal incentivou aos casais dizendo: “Difunda entre os e esposos cristãos o espírito de generosidade para dilatarem o novo Povo de Deus… Recordem sempre que essa dilatação do Reino de Deus é a possibilidade de penetração da Igreja na humanidade para levar a salvação — a eterna e a terrena”[2]
“De nascimento a nascimento  é que Jesus chega até nós”.


Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom Pastor- SC





[1] São Josemaría Escrivá, Questões atuais do cristianismo, ponto 94
[2] Paulo VI, Alocução pronunciada em 12 de Fevereiro de 1966

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Gemma do paraíso: “Só tenho medo... de magoar Jesus!”

Santa Gemma Galgani e a entrega de si mesma a Deus: "...já estou desapegada de tudo"








A vida dos santos impressiona, sobretudo, pelas intervenções extraordinárias de Deus em sua rotina ordinária. Capítulos particularmente incríveis de suas biografias são as lutas físicas que alguns deles, como o Padre Pio de Pietrelcina e o Cura de Ars, travavam com o demônio. Muitos desses combates foram descritos com ricos detalhes por pessoas que conviveram todos os dias com estes santos.
Trata-se de casos especialíssimos de "obsessão demoníaca". Importa saber que o demônio "anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar" (1 Pd 5, 8). Ele não poupa esforços para fazer perder as almas que Cristo conquistou com o Seu sangue. Por isso, as lutas com o mal não são exclusividade dos grandes santos, mas uma realidade vivenciada todos os dias pelo cristão comum. O católico deve acordar todos os dias tomando consciência de que, para além dos trabalhos e penas do dia a dia, há um combate espiritual sendo travado diante de si, o qual só pode ser vencido com o auxílio de Deus e de Seus santos anjos.
Certas almas, porém, recebem do Senhor uma missão ainda mais nobre que a dos demais batizados. Elas são chamadas a unir-se mais perfeitamente a Cristo sofredor e a oferecerem-se de modo total como vítimas pelos pecados da humanidade. As suas vidas de santidade e de oração perturbam profundamente Satanás, que quer fazer de tudo para precipitar o ser humano ao inferno.
A jovem Gemma Galgani, nascida no povoado próximo à cidade de Lucca, na Itália, era uma dessas almas que deixavam inquieto o inimigo de Deus. Contemporânea de Santa Teresinha do Menino Jesus, Gemma cresceu habituada à experiência da morte. Sua mãe, Aurélia, faleceu cedo, vítima de tuberculose. Seu irmão, Eugênio, que decidira entrar no seminário, também foi acometido pela doença, tendo morrido antes de ser ordenado sacerdote. Experiências tão próximas fizeram com que Gemma se desapegasse desde cedo deste mundo. Questionada, certa vez, se tinha medo da morte, ela respondeu: "Claro que não... já estou desapegada de tudo".
Órfã de pai e de mãe aos 19 anos, Gemma vai morar com uma piedosa senhora: Cecília Giannini. Ela acolhe a pequena gema de Deus como uma filha e é em sua casa que vão acontecer experiências extraordinárias: às quintas e sextas-feiras, recolhida em seu quarto, em oração, Gemma recebe os estigmas de nosso Senhor. A jovem amante de Cristo, com o olhar detido em um ponto fixo do alto, sangra abundantemente em várias partes do corpo. No momento da oração, está totalmente alheia às coisas terrenas. Em êxtase, ela perde todos os seus sentidos, permanece imóvel, totalmente absorta nas coisas celestes.
Mas, ao mesmo tempo em que é constantemente agraciada com as consolações de Deus, a santa recebe com frequência a visita indesejada do diabo.
Conta-se que, certa vez, o seu diretor espiritual, padre Germano, encontrou-a acamada, por conta dos incessantes ataques do demônio, que a debilitavam. Durante a noite, o sacerdote permaneceu com ela, rezando o breviário no canto do quarto. De repente, um enorme gato preto, de aspecto horrível, se joga aos pés do sacerdote. Ele dá uma volta pelo quarto, dando miados infernais.
Subitamente, o gato salta sobre o leito de Gemma, ficando muito próximo de seu rosto e fixando nela um olhar feroz. Padre Germano fica visivelmente assustado, mas sua filha espiritual permanece calma: está acostumada às artimanhas do maligno. "Não tenha medo, padre! É o velhaco do demônio que me quer molestar. Não tema. Ao senhor não fará mal algum", diz a jovem, tentando tranquilizar o sacerdote.
Ele, então, levanta-se, ainda com a mão trêmula, e borrifa água benta sobre o gatão, que desaparece, como que por encanto. "Como é possível permanecer tão tranquila?", pergunta o padre a Gemma, ao que ela responde: "Só tenho medo... de magoar Jesus!"
Estes episódios arrepiantes da vida dos santos servem para todos os cristãos de lição: neste mundo, o seu único medo deve ser o de ofender a Cristo e, assim, perder a amizade d’Aquele que não poupou Seu próprio Sangue para a remissão dos nossos pecados. Que Santa Gemma Galgani rogue por nós junto a Deus.
Por Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Afonso de Santa Cruz. A gema do paraíso. 4. ed. Curitiba, 2013.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cuidado com o Halloween!

“O Halloween é o Hosana do Diabo.” (Padre Gabriele Amorth)


Todo dia 31 de Outubro existe uma festa chamadaHalloween, também conhecido aqui no Brasil como oDia das Bruxas.
Esta dia chamado de Halloween é uma data comemorativa que tem sua origem ainda com o povo Celta, dizem que há mais de 2300 anos.
Era uma data que para o povo Celta, por ser o ultimo dia do verão, diziam que os espíritos dos mortos saiam de suas covas e iriam de encontro ao vivos para tomar posse de seus corpos. É claro que o povo, Celta por medo destas almas, decidiram então colocar em suas casas, de preferência na frente das mesmas, objetos que pudessem “assustar” estas almas, e colocavam Caveiras, ossos, bonecos enfeitados e coisas do tipo.
Portanto a origem desta festa é a MORTE, as almas que que se levantam e vem de encontro aos vivos.
Na verdade esta festa esta cheia de realidades que nos apresenta o Ocultismo de frente: Bruxas, Fantasmas, Caveiras e personagens ligados ao terror…
Hallowenn tem a origem de seu nome que em ingles se diz: “All Hallow’s Eve” (Vigília de Todos os Santos), e atualmente antecede o que para nós Católicos Apostólicos Romanos o Dia de todos os Santos e posteriormenteo dia de Finados, ou alguns mais antigos ainda o chama de dia dos mortos.
E ai começa a grande cofusão que sempre o Ocultimo quer trazer em meio à nós. Nós Católicos temos o nosso “dia dos mortos” (FINADOS) que é claro tem um outro significado, e para se aproveitarem daquela data que era comemorado o dia dos mortos também para o povo Celta, mas é claro com outro significado, o Diabo na sua esperteza conseguiu introduzir esta festa chamada Halloween.
O grande problema disso tudo é que para os Satanistas, para os Bruxos, para muitas seitas ocultistas, este dia de Halloween não é somente uma data histórica, mas se tornou para eles o GRANDE DIA do DIABO! É o dia em que se reunem para fazer suas celebrações mais macabras, rituais verdadeiramente satanicos, na qual envolve sacrificios de animais e se chega a realizar até mesmo sacrificios humanos.
Nao pensem que isso é historinhas sobre satanismo ou coisas do tipo; isso é real e é mais real do que imaginamos. Satanistas e ocultistas de muitos “ramos” utilizam estes dias para profanar o Sagrado de Deus, é o momento de grande exaltação do demonio; e ai muitos procuram ir a igreja e verem se de alguma forma conseguem levar uma hostia consagrada para tais rituais, com o propósito de ofender a Deus, existe ainda nestes rituais muitas orgias sexuais com as pessoas que lá participam.
Então o que era a mais de 2300 anos atrás uma data que podemos chamar hoje de anti-cristã, pois contraria o principio do cristianismo, hoje se tornou uma festa totalmente pagã. Padre Gabriele Amorth diz:
“Halloween é uma armadilha do demônio. É uma festa nojenta e me dá nojo…” e ainda completa: “Trata-se de uma coisa pagã, anticristã e anticatólica…”
Deixamos os nossos filhos se vestirem de diabos, bruxos e bruxas, se pintarem dos mais bizarros personagesn trashs da TV Americana, e tudo isso para que? Para que exaltar aquilo que não deve ser exaltado? Qual o intuito de se vestir de diabo, de demonios, de bruxos, magos e coisas do tipo?
Para os satanistas é uma maneira de instigarem as crianças e os jovens a fazerem memória para o mundo daquilo que eles comemoram: o DIA DO DIABO.
Aqui no Brasil ainda não está tão difundida esta festa de Halloween como para o povo AMERICANO, mas sei que será importante este artigo também para o povo AMERICANO. O meu BLOG é visto pelos Americanos, sei disso, e é visto provavelmente por brasileiros que moram lá.
Sem contar que o clima de magia no ar para os Jovens fica aguçado, tem jovens que aproveitam já que estão vestidos destas formas para fazerem alguns tipos de rituais que viram em filmes, que acharam na internet; abrindo uma grande brecha para o demônio. Isso é muito sério.
A verdade é que este dia se tornou um dia propicio para se cultuar o demonio das mais diversas maneiras que voce imaginar.
Enquanto escrevo este artigo, estou conversando com uma jovem que se envolveu de maneira muito profunda com satanismo, e resolvi perguntar a ela se na data de Halloween esta seita que ela participava, faziam algo. Ela me disse que sim, que faziam reuniões com grupos na qualofereciam sacrificios aos demonios, e que ela de maneira particular, preferia oferecer do seu proprio sangue, mas que pessoas que nao queriam oferecer seu proprio sangue, ofereciam a de animais que lá eram mortos…
Não quero ficar me delongando muito, fazendo diversas comparações e coisas do tipo, mas acho que deu para entender o que se passa na verdade por detras das comemorações que acontecem no dia de Halloween. E que não convém ficarmos participando e fazendo memoria das coisas que representam o proprio MAL.
Mas ao contrário, dia 31 de Outubro, quando se comemora o Dia das Bruxas, é o dia de permanecermos ainda mais em oração, voltados para Deus, intercedendo para que pessoas inocentes não se machuquem com estas práticas sedutoras de Halloween.
Esta jovem que estou acompanhando, um dia poderá testemunhar aqui no BLOG tudo o que ela viveu. Ainda estamos passando por um processo de libertação de muitas coisas, mas sei que em breve, muito breve ela estará completamente livre!
Deus abençoe voce!

A nova profecia de João Batista

Revelar a presença escondida de Cristo no mundo


oão Batista pode nos esclarecer sobre como podemos nos desobrigar de nossa tarefa de anunciar Cristo no mundo de hoje. Jesus define João Batista como sendo "mais que um profeta", mas, no seu caso, onde está a profecia? Os profetas anunciavam uma salvação futura; todavia, o Precursor não é alguém que anuncia uma salvação futura; ele indica alguém que está presente. Em que sentido, então, pode ser chamado profeta? Isaías, Jeremias, Ezequiel ajudavam o povo a ultrapassar a barreira do tempo; João Batista ajuda o povo a ultrapassar a barreira, ainda mais densa, das aparências contrárias, do escândalo, da banalidade e pobreza com as quais se manifesta a hora fatídica.

É fácil acreditar em algo grandioso, divino, quando prospectado em um futuro indefinido: "naqueles dias", "nos últimos dias", em um quadro cósmico, com os céus que instilam doçura e a terra que se abre para fazer germinar o Salvador. É mais difícil quando se deve dizer: "Ei-lo! É Ele!", e isto a respeito de um homem de quem se sabe tudo: de onde vem, quais as obras realizadas, quem teve por mãe.

Com as palavras: "Entre vós está alguém que vós não conheceis!" (Jo 1,26), João Batista inaugurou a nova profecia, a do tempo da Igreja, que não consiste no anunciar uma salvação futura e distante, mas sim no revelar a presença escondida de Cristo no mundo; no arrancar o véu dos olhos das pessoas, sacudir sua indiferença, repetindo com Isaías: "Há algo novo, está germinando justamente agora: vós não percebeis?" (cf. Is 43,19). 
Verdade é que agora já se passaram vinte séculos e, acerca de Jesus, nós sabemos muito mais coisas que João. Entretanto, o escândalo não foi removido. No tempo de João, o escândalo provinha do corpo físico de Jesus, de sua carne tão semelhante à nossa, exceto no pecado. Também hoje é seu corpo, sua carne, que confundem e escandalizam: seu corpo místico, tão semelhante ao restante da humanidade, não excluindo, ai de mim, nem mesmo o pecado.

"O testemunho de Jesus [lê-se no Apocalipse] é o espírito da profecia" (cf. Ap 19,10), isto é, para prestar testemunho a Jesus, requer-se espírito de profecia. Existe na Igreja este espírito de profecia? É cultivado? É estimulado? Ou, tacitamente, acredita-se poder prescindir dele, apostando mais nos meios e na perspicácia humana?

João Batista nos ensina que os profetas não precisam de uma grande doutrina e eloquência. Ele não é um grande teólogo; possui uma cristologia pobre e rudimentar. Ainda não conhece os títulos mais elevados de Jesus: Filho de Deus, Verbo e nem mesmo o de Filho do homem. No entanto, como consegue sentir a grandeza e unicidade de Cristo! Usa imagens simplíssimas, como camponês. "Eu não sou digno de desatar a correia das suas sandálias" (Lc 3,16). A ponderar por suas palavras, o mundo e a humanidade parecem contidos dentro de uma joeira que Ele, o Messias, segura e agita em suas mãos. Diante dele, decide-se quem permanece em pé e quem cai, quem é grão bom e quem é cascabulho que o vento dispersa.

Em 1992, realizou-se um retiro sacerdotal em Monterrey, no México, por ocasião dos quinhentos anos da primeira evangelização da América Latina. Estavam presentes 1.700 sacerdotes e cerca de setenta bispos. Durante a homilia da Missa de encerramento, eu havia falado da necessidade urgente que a Igreja tem de profecia. Depois da comunhão, houve a oração por um novo Pentecostes realizada em pequenos grupos espalhados pela grande basílica. Eu havia permanecido no presbitério. Em certo ponto, um jovem sacerdote aproximou-se de mim em silêncio, ajoelhou-se diante de mim e, com um olhar que não esquecerei jamais, disse-me: "Abençoe-me, padre, quero ser um profeta de Deus!". Fiquei comovido, porque via que era movido evidentemente pela graça.

Com humildade, podemos fazer nosso o desejo daquele sacerdote: "Quero ser um profeta para Deus". Pequeno, desconhecido de todos, não importa, mas que, como dizia Paulo VI, tem "fogo no coração, palavra sobre os lábios, profecia no olhar".


Padre Raniero Cantalamessa
Franciscano capuchinho e pregador da Casa Pontifícia


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Todos são chamados à missão

Elias e Eliseu

Não podemos achar que, pelo fato de termos cometido muitos pecados e vivido uma vida errada, vamos fracassar em nossa missão. Deus precisa de pessoas que se decidiram radicalmente por Ele, embora sejam fracas, imperfeitas, com defeitos e falhas. Pessoas que mediante sua mudança, sua conversão, possam arrastar outras. Pois até as suas fraquezas mostram aos demais que eles também têm chances. Deus está nos chamando: “Vem falar por mim!” Precisamos responder a esse apelo. 

Eliseu foi um profeta chamado por Deus. Ele estava no campo, cuidando de seus bois quando o grande profeta Elias passou por ali. Eliseu nunca havia pensado em ser profeta. Naquele tempo, quando um profeta jogava seu manto sobre uma pessoa era sinal de chamado. Aquela pessoa estava sendo chamada para o trabalho de Deus. 

Hoje, da mesma maneira, Jesus passa e joga Seu manto sobre cada um de nós para que nos tornemos discípulos d’Ele. Abramo-nos ao derramamento do Espírito Santo. Não precisamos fazer nada, a não ser aceitar e acolher a vontade de Deus, como fez a Virgem Maria. Aceite do fundo do coração o seu chamado, diga ao Senhor que você não é digno, mas aceita ser um discípulo d’Ele, um apóstolo no seu trabalho, em sua profissão, no meio onde você vive.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Isso você não verá na TV

Rand Paul alerta: há uma guerra contra o Cristianismo


rand
Obama “evita falar sobre quem está cometendo as matanças”.

“Você não ouvirá muito sobre isso no noticiário da noite,” alertou o senador Rand Paul, (R-Kentucky), “mas há uma guerra mundial contra o Cristianismo.”
O senador escolheu frisar o perigo do islamismo radical em seu discurso diante da Cúpula dos Eleitores de Valores na sexta-feira de manhã.
Paul explicou que a guerra contra o Cristianismo não está sendo colocada nas manchetes porque esse tipo de guerra não é conveniente para a elite dos meios de comunicação.
“O presidente tenta evitar falar sobre quem está atacando e matando cristãos. Os meios de comunicação descrevem as matanças como ‘sectaristas.’”
Mas a verdade, disse o senador, é que os fanáticos do islamismo estão travando uma guerra contra os cristãos.”
O senador disse que os assassinos são uma minoria de muçulmanos, mas, “infelizmente, o número dessa minoria está nas dezenas de milhões.”
Paul disse que o islamismo radical só acabará quando o próprio islamismo se policiar, e, “Só então o conhecimento e iluminação começarão a brilhar e crescer e a violência, a violência religiosa, recuará.”
O senador citou uma lista de atrocidades no mundo inteiro cometidas por islamistas radicais, inclusive na Síria, onde “os rebeldes islâmicos têm filmado degolações de seus cativos.”
“Eles têm filmado gente deles mesmos comendo o coração de seus inimigos. Dois bispos cristãos foram raptados, e um padre foi morto recentemente. Esses rebeldes são aliados dos rebeldes islâmicos que o presidente Obama está agora armando.
“Estamos agora armando rebeldes islâmicos que são aliados da Al-Qaeda que atacou os EUA em 11 de setembro de 2001. Faz algum sentido isso?”
Com a voz aumentando numa progressão de indignação, Paul fez um argumento incisivo, declarando: “O dinheiro dos americanos que pagam impostos jamais deveria ser gasto para sustentar uma guerra contra o Cristianismo.”
“Mas é exatamente isso que está acontecendo no mundo inteiro neste momento. Como cristãos, deveríamos assumir uma posição e lutar quando o governo usa nosso dinheiro de impostos para financiar perseguições aos cristãos.”
Paul deixou claro que ele estava falando de uma guerra real contra o Cristianismo, mas não uma convencional.
“Não vejo a possibilidade de como 50 a cem milhões de militantes islâmicos radicais sejam derrotados, mas eles têm de ser contidos, e temos de nos defender. Não se engane: precisamos fazer tudo o que pudermos para nos defender.”
Ele disse que os cristãos precisam ativamente se preparar para a guerra, mas buscar a paz.
E ele invocou o conselho do presidente Ronald Reagan, recomendando paz por meio da força.
“No meio tempo, aja. Ore por uma solução. Faça seus políticos prestarem contas se não assumirem uma postura forte para proteger a vida e fazer frente à guerra contra o Cristianismo,” concluiu Paul.
Tradução: www.juliosevero.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A cultura pornográfica e a banalização da sexualidade


Nunca foi tão fácil macular o próprio corpo, templo do Espírito Santo, como nestes tempos, com o advento da pornografia virtual
Como uma droga, o pecado da pornografia destrói e aprisiona o ser humano.
Uma das maiores dificuldades para os jovens que desejam viver a castidade hoje são as inúmeras ocasiões de pecado que lhes são apresentadas quotidianamente, em altas doses. Roupas decotadas e ofensivas à modéstia, imagens sensuais em anúncios de outdoors, palavras indecorosas em livros "da moda", programas televisivos indecentes: em praticamente todos os ambientes pelos quais se passa, há alguma insinuação perversa – o "dedo" do demônio convidando as pessoas ao pecado da impureza.
Nunca foi tão fácil macular o próprio corpo, templo do Espírito Santo, como nestes tempos, com o advento da pornografia virtual. Se é verdade que há muitos cristãos utilizando a Internet para buscar entretenimento sadio, conhecimento e, muitas vezes, aumentar a sua fé em Jesus Cristo e na Sua Igreja, outras porções de pessoas têm se aproveitado das comodidades do mundo virtual para saciarem seu anseio de felicidade nos lugares errados.
O Catecismo da Igreja Católica, ao falar da pornografia, lembra que ela "ofende a castidade, porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos um ao outro" (§ 2354). A colaboração com a produção deste material, em qualquer nível (seja no da atuação, comercialização ou consumo), é pecado grave.
É bem verdade que a cultura relaxada em que vivemos tem contribuído para enfraquecer nas pessoas aqueles valores e noções importantes, constantemente pregados pela Igreja, que tanto bem fazem à humanidade, dando equilíbrio e estabilidade à civilização. Porém, negar a realidade não vai fazer com que ela deixe de ser. O veneno pode se esconder em belos frascos, mas nem por isso deixa de ser veneno. Nem por isso deixa de ser mortal. O ser humano possui uma dignidade intrínseca e o homem e a mulher foram criados para viver a sexualidade no dom divino do Matrimônio: nenhuma realidade terrena, por mais forte e hostil que seja, poderá apagar esta verdade.
De fato, sequer é preciso ser católico para detectar a maldade inerente à pornografia. Para reconhecê-la, basta – como recordou em várias ocasiões o Papa Bento XVI – identificar a existência de uma moralidade objetiva inscrita no coração dos homens – a "lei moral natural".
Para as mentes corretamente formadas, esta lei moral se manifesta através da famosa “voz da consciência”. Àqueles que, como o filho mais novo da parábola evangélica, têm se chafurdado na lavagem dos porcos: lancem um olhar sincero para o próprio coração. No começo, a malícia da pornografia parece evidente, mas a exposição contínua a doses cada vez mais pesadas do material vai estrangulando a consciência que indica o erro e diminuindo a resistência ao pecado… Pouco a pouco, vai-se criando um mau hábito, do qual, agora, muitas pessoas se veem em tremendas dificuldades para sair.
É assim porque a pornografia causa dependência. O dr. Valerie Voon, neurocientista da Universidade de Cambridge, realizou um estudo com pessoas que viam material pornográfico de modo compulsivo. A conclusão foi um "claro paralelismo com as pessoas viciadas em substâncias", como heroína ou álcool. Isto sem falar das inúmeras perversões sexuais presentes na pornografia, que, se não eliminam por completo as noções de limites e moderação, alçam à categoria da normalidade verdadeiras aberrações, só defendidas hoje pelos completamente afetados promotores da "ideologia de gênero".
Por isso, o Catecismo da Igreja Católica não só recorda que a pornografia é um pecado, mas também que "as autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de material pornográfico". Não é possível que o Estado persiga o bem comum se permite aos seus cidadãos que se machuquem de modo tão sério, gerando consequências que não se limitam à esfera espiritual, mas prejudicam as pessoas no convívio familiar, em seu trabalho, nas suas relações com as demais pessoas e em outros tantos ambientes.
Se para reconhecer esta situação sequer é preciso crer, para livrar-se dela não se pode dizer o mesmo. É na busca sincera do perdão de Deus que se encontra o caminho para aquele que "peca contra o seu próprio corpo" (1 Cor 6, 18). É aterrador constatar como o hedonismo tem se tornado "cultura" e como a sua influência nociva é forte e crescente. Para enfrentá-lo, o Senhor pede-nos coragem. "Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo" (Jo 16, 33).
Por Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Religión en Libertad

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Não busque sua alegria no mundo


"O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei?" (Sal 27,1) O Senhor é a nossa salvação, para que ficar alimentando a tristeza e ruminando o que já passou? Você não pode viver assim e muito menos sofrer por algo que ainda não aconteceu.

Não busque sua alegria no mundo; ele oferece inúmeros caminhos: neles nunca você será feliz. Busque a sua alegria em Deus: esta não passa; ela brota do coração, vem do interior e é fruto do Espírito Santo.

Independente da situação que estamos vivendo é certo que vamos encontrar a verdadeira alegria; por isso não faz sentido buscar lembranças que nos fazem mal. Se você ainda não conseguiu se libertar do "vício" de ficar ruminando coisas tristes, problemas, preocupações... dê um basta. Entregue tudo ao Senhor num verdadeiro abandono e livre-se dessa tortura.



Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Rolando Rivi, da morte pela batina à glória dos altares



"Estou estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus", dizia o jovem em resposta àqueles que lhe recomendavam o abandono da veste talar

A Igreja concedeu ao seminarista Rolando Rivi - morto aos 14 anos pelos partiggiani, grupo comunista italiano - a glória dos altares. A cerimônia de beatificação, celebrada no último dia 05 de outubro, na cidade de Modena, Itália, foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, atual prefeito da Congregação para causa dos santos.
Rolando Rivi teve de enfrentar o ódio da ideologia marxista logo após o término da II Guerra Mundial. Devido à ocupação alemã do seminário em que estudava, em 1944, na Diocese de Reggio Emilia, Rivi e os demais seminaristas foram obrigados a abandoná-lo. Em casa, não só deu continuidade aos estudos, como também ao uso da batina, mesmo sendo recomendado pelos pais a não usá-la, por causa da hostilidade à religião que pairava naquela época. "Estou estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus", dizia o jovem.
A Itália enfrentava uma forte onda de terrorismo. O governo fascista amedrontava o país ao mesmo tempo em que brigadas vermelhas tinham a intenção de substituir o autoritarismo de Mussolini pelo totalitarismo de Stalin. No fogo cruzado, várias vidas foram ceifadas, dentre elas a de Rolando Rivi e mais 130 padres e seminaristas.
O martírio do rapaz deu-se a 10 de abril de 1945. Trajando a veste talar, Rolando foi alvo fácil da facção partiggiani. Acabou sequestrado assim que saiu da igreja, onde acabara de assistir à Santa Missa. Permanecendo três dias sob o domínio dos torturadores, de cujas mãos recebeu maus-tratos físicos e morais, Revi alcançou a coroa do martírio, de joelhos, com dois tiros à queima roupa.
A propósito da beatificação, o bispo de San Marino e presidente da Comissão de Rolando Rivi, órgão responsável pelos cuidados da canonização do seminarista, declarou que "nesta causa está em jogo não só o reconhecimento da santidade de vida e do martírio de Rolando, mas muito do destino da Igreja, não só na Itália". Para Dom Luigi Negri, o testemunho do mártir beato dá à Igreja "novo sangue". "Se no corpo da Igreja circular também o sangue de Rolando Rivi, mártir simples e puríssimo assassinado por ódio à Fé com apenas 14 anos pela violência da ideologia marxista, se circular o sangue do seu testemunho de vida e do seu amor total a Jesus, nós daremos à Igreja nova energia para voltar a ser uma Igreja fiel a Cristo e apaixonada pelo homem".
A Santa Sé incluiu o Beato Rolando Rivi no Calendário Litúrgico Italiano no dia 29 de maio. A partir de agora, o jovem beato pode ser venerado publicamente em toda a Itália, especialmente na Arquidiocese de Modena, onde foi assassinado, e na Diocese de Reggio Emilia, na qual estudou o seminário. Nos demais países, a não ser que haja autorização de Roma, os fiéis podem venerá-lo somente em culto privado, enquanto ele não for declarado santo.
Nestes tempos de laicização do clero, em que tanto se prega a desobediência e a intolerância às coisas santas, o martírio de Rolando Rivi lembra as belíssimas palavras de Dom Francisco de Aquino Correa (Arcebispo de Cuiabá entre os anos de 1922 e 1956): "Oh! Como o bravo envolto na bandeira, contigo hei de morrer, minha batina! Ó minha heróica e santa companheira."
Por Equipe Christo Nihil Praeponere / Informações: Direto da Sacristia e Fratres in unum

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nós podemos afirmar que todas as religiões são caminhos de salvação?



Pluralismo e tolerância são palavras bastante populares na cultura atual. Mesmo dentro de ambientes considerados dogmáticos, como a religião, os dois conceitos têm adquirido enorme espaço, a ponto de alguns ensinamentos catequéticos se tornarem, de certo modo, assuntos "politicamente incorretos". É o caso do tema da salvação. Numa época em que domina o lobby globalista a favor do relativismo religioso, "ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja" - como denunciava o Cardeal Joseph Ratzinger, em 2005 - "muitas vezes é classificado como fundamentalismo."
Para a elite que deseja um "governo global", o pluralismo religioso tem grande importância. Trata-se de uma verdadeira agenda ideológica. Unificando todos os credos numa superreligião, cria-se a - errônea - sensação de que qualquer uma delas é válida para a salvação, até a mais absurda. A tática consiste na elaboração de um neopaganismo, no qual não exista nenhuma autoridade planetária que não a política. Obviamente, a doutrina católica, sobretudo a do papado, torna-se uma pedra de tropeço para estes intentos, uma vez que o ensinamento sobre a necessidade da Igreja para a salvação é um artigo irrenunciável da fé cristã.
O Magistério da Igreja, preocupado com a onda relativista, procurou esclarecer esses assuntos em várias ocasiões. O Verbo de Deus se encarnou uma única vez, somente Nele se encontra a plenitude da revelação, os meios necessários para o autêntico encontro com Deus. É através de Jesus Cristo e de sua continuação histórica na terra, ou seja, a Igreja Católica que o homem pode ser salvo. Lembrando a Declaração Dominus Iesus, "como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa" e não há outro nome debaixo do céu pelo qual a humanidade possa alcançar a salvação.
Em 2001, a Congregação para a Doutrina da fé, em nota sobre o livro "Para uma teologia cristã do pluralismo religioso", do padre jesuíta Jacques Dupuis, elencou cinco pontos básicos e inegociáveis da doutrina católica, principalmente na temática da salvação. A Santa Sé visava corrigir certos equívocos do padre Dupuis e, ao mesmo tempo, ajudar os católicos a praticarem uma reta reflexão acerca do pluralismo e da tolerância religiosa.
O primeiro ponto aborda a doutrina de Jesus Cristo como "o único e universal mediador da salvação de toda a humanidade". A notificação rechaça a tese de "uma ação salvífica do Verbo" alheia à Pessoa de Cristo, ou seja, "independentemente da humanidade do Verbo encarnado". Com isso, a Congregação reafirma a supremacia do cristianismo sobre todas as outras religiões. Somente na fé cristã Deus se encarnou, sofreu e morreu na cruz pela humanidade. A ideia segundo a qual Deus teria se encarnado em todas as religiões e que Jesus seria apenas mais uma dessas encarnações é simplesmente absurda, sem qualquer respaldo teológico ou bíblico.
A notificação destaca também a unicidade e a plenitude da revelação em Jesus Cristo. É um dever de todo cristão crer firmemente na mediação de Cristo, no cumprimento e na plenitude da revelação Nele e através Dele, sendo "contrário à fé da Igreja" afirmá-la "limitada, incompleta e imperfeita". Não há uma única verdade de fé necessária à salvação que não esteja contida na doutrina cristã. E embora existam verdades nas outras religiões, todas elas, de uma maneira ou de outra, derivam "em última análise da mediação fontal de Jesus Cristo".
Exatamente por isso, a Sagrada Congregação, no terceiro ponto, recorda a capacidade do Espírito Santo de agir "de maneira salvífica tanto nos cristãos como nos não-cristãos". Todavia, a mesma notificação ensina ser "contrário à fé católica pensar que a ação salvífica do Espírito Santo possa estender-se para além da única e universal economia salvífica do Verbo encarnado". Isso quer dizer que toda ação do Espírito Santo tem por meio a Igreja - sacramento universal da salvação -, mesmo entre os não-cristãos.
O quarto pilar recorda a vocação universal do homem. Toda a humanidade foi orientada para Jesus: existe uma vocação específica dos seres humanos de todos os tempos, de todos os lugares da história para a Igreja de Cristo. Com isso, a Congregação afirma que "também os seguidores das outras religiões estão orientados para a Igreja e todos são chamados a fazer parte dela", não sendo possível "considerar as várias religiões do mundo como vias complementares à Igreja em ordem à salvação".
Finalmente, a notificação da Congregação para a doutrina da fé responde à pergunta central: "nós podemos afirmar que todas as religiões são caminhos de salvação?" O dicastério esclarece que se por um lado "é legítimo defender que o Espírito Santo realiza a salvação nos não-cristãos também mediante os elementos de verdade e de bondade presentes nas várias religiões", por outro "não tem qualquer fundamento na teologia católica considerar estas religiões, enquanto tais, caminhos de salvação, até porque nelas existem lacunas, insuficiências e erros, (16) que dizem respeito a verdades fundamentais sobre Deus, o homem e o mundo". As verdades contidas nestas religiões contribuem para a salvação dos membros enquanto verdades ligadas à Pessoa de Jesus Cristo.
Com este ensinamento a Igreja não quer dificultar o diálogo interreligioso, tampouco insuflar a intolerância. Para que exista um saudável diálogo é necessário que ambas as partes sejam sinceras e conscientes de suas identidades. Caso contrário, corre-se o risco de edificar a casa sobre a areia da mentira, condenando-a, futuramente, ao desmoronamento. Foi o que explicou o próprio Cardeal Ratzinger a propósito das polêmicas relacionadas à Declaração Dominus Iesus.
A missão da Igreja é universal, pois corresponde ao chamado do Mestre: "ide pelo mundo e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19). A salvação dos homens só acontece por meio de Jesus Cristo, na sua continuação histórica nesta terra: a Igreja Católica.

Referências

  1. Missa Pro Eligendo Romano Pontifice
  2. Declaração Dominus Iesus
  3. Notificação a propósito do livro de Jacques Dupuis "Para uma teologia cristã do pluralismo religioso"
Fonte: http://padrepauloricardo.org/episodios/nos-podemos-afirmar-que-todas-as-religioes-sao-caminhos-de-salvacao