quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Jovens do mundo todo se reúnem em vídeo para homenagear Bento XVI


Um grupo de fiéis católicos publicou no Youtube, um bonito vídeo feito por jovens de vários países, no qual eles homenageiam Bento XVI pelos inúmeros bens que ele fez à fé cristã. Intitulado de "Para um jovem de 85 anos", os jovens agradecem ao Papa por sua generosidade, por ter beatificado João Paulo II e por seu afeto e humildade. Os participantes também aproveitaram para agradecê-lo por suas viagens apostólicas a outras nações, principalmente em suas três Jornadas Mundiais da Juventude.

               

O Testamento de Bento XVI


Em sua última audiência pública, o Papa Bento XVI se despediu dos fiéis e deu a todos uma grande lição de fé católica. Trata-se de uma fé muito específica e rara nos dias de hoje: uma fé que professa a presença e a ação de Deus na história da Igreja.
Todos deveríamos saber disto, mas nem sempre nos damos conta: a Igreja não é somente um sujeito da fé; a Igreja é também objeto de fé. Ou seja, a Igreja não somente crê, mas ela deve ser crida.
Bento XVI tem consciência de que a Igreja é portadora de um mistério divino. Como a lua, ela é reflexo de Cristo "luz dos povos". Por isto, nos convida a uma visão de fé:
"Deus guia a sua Igreja, ele sempre a sustenta, também e sobretudo, nos momentos difíceis. Não percamos nunca esta visão de fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a alegre certeza que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós e nos envolve com o seu amor".
Estas foram as suas últimas palavras. Poderíamos dizer: este foi o seu testamento. Nada poderia ser mais marcadamente católico, pois nós católicos, ao contrário dos protestantes, cremos que o organismo visível da Igreja não é uma "invenção" humana, mas o Corpo do Cristo ressuscitado que continua vivo na história.
A Igreja é uma forma de Jesus estender o mistério de sua Encarnação ao longo da história.
É a falta de fé neste mistério da Igreja que tem criado tantos equívocos, paranoias e explicações fantasiosas no espaço midiático dos últimos dias. Grande parte da mídia está longe da verdade, porque está longe da visão de fé que, nos recorda o Papa, "é a única visão verdadeira do caminho da Igreja".
Mas que os jornalistas não compartilhem esta visão e esta fé é algo que não deveria nos surpreender. Afinal, as estatísticas nos mostram de forma clara que o percentual de prática religiosa no meio jornalístico é mais baixo do que nos outros segmentos da sociedade.
O que causa espécie e até indignação é que teólogos, isto mesmo, teólogos (!) não sejam capazes desta fé.
Recentemente um grupo de estudiosos, capitaneados por ninguém menos do que nossos velhos conhecidos Leonardo Boff e Hans Küng, está recolhendo assinaturas na internet no esforço de "redesenhar" a forma como a autoridade é vivida dentro da Igreja católica (cf.http://churchauthority.org ).
Os autores do manifesto alegam que esta reengenharia da estrutura da Igreja é uma exigência do Vaticano II. Mas, a verdade é que a "nova Igreja" que brota dos sonhos de nossos teólogos liberais, pelo que se lê, seria mais facilmente encontrada nos escritos de Martinho Lutero do que na "Lumen gentium" ou em outros documentos do concílio.
Foi neste mesmo afã revolucionário que, tão logo recebida a notícia da renúncia de Bento XVI, os nossos "scholars" puseram mãos à obra e começaram a traçar o perfil do futuro Papa. A coisa toda é apresentada como arrojada e inovadora, mas se trata da velha e conhecida eclesiologia protestante: somos todos iguais, vamos então construir a Igreja que "nós queremos". Afinal, Igreja é isto, uma construção humana.
Para estes teólogos o papado é uma excrescência medieval e a cúria romana um tumor a ser extirpado. A Igreja romana centralizadora deveria morrer e dar lugar a uma Igreja da colegialidade em todos os níveis (inclusive dos leigos!).
É claro que se trata de pura retórica manipuladora. Os únicos leigos a quem esta turma já deu voz foram os seus títeres ideológicos, que, aliás, embora tenham chegado ao poder, estão envelhecendo e diminuindo em número.
Não é à toa que, com toda propaganda e esforço só conseguiram até agora pouco mais de duas mil assinaturas para o seu abaixo-assinado internacional.
Gostaria de vê-los consultar os milhões de jovens da geração Bento XVI que aguardam, ansiosos e confiantes, que o Senhor, com a próxima fumaça branca que sair da Sistina exorcize o que ainda resta da "fumaça de Satanás" que eles ajudaram a inocular dentro da Igreja.
Autor: Padre Paulo Ricardo
Fonte:http://padrepauloricardo.org/blog/o-testamento-de-bento-xvi




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O câncer dentro da igreja


A paz de Cristo irmãos!

Apesar de se aproveitar do momento de transição na igreja, a mídia secular está estampando várias reportagens tentando denigrir a imagem da igreja católica, não podemos negar que em casos de pedofilia e todo tipo de depravação, também de abuso de poder e vaidade por parte de nossos padres é inadmissível e devem ser cobrados mesmo, eles são nossos pastores, devem ser os primeiros a dar exemplo, buscar a santidade e sem aquela história que também são pecadores, sim também são mas devem por amor a Cristo ser exemplos ao rebanho que lhe foi confiado!

Esta semana assisti a um vídeo de um padre que abusou sexualmente de duas irmãs, o pai das meninas fez um vídeo no qual ele pergunta para o padre como ele foi capaz de fazer isso a quem ele mesmo batizou.
Aí me pergunto será que esta família irá frequentar alguma igreja de novo? 

Estamos aqui para falar a verdade, independente se for para um leigo ou um cardeal, a depravação, é um câncer manisfestado pelo mal e a única cura vem do Senhor Jesus, porque nestes dias em que vivemos o homem perdeu a razão e até mesmo aqueles que o senhor chama para se dedicar unicamente a ele estão se perdendo nos pecados da carne.

A verdade tem que ser dita mesmo que ela arda como um remédio colocado sobre a ferida, Deus nos chama para uma vida santa, e temos que nos esforçar para passar pela porta estreita, me admiro e fico pasmo com estes acontecimentos, parece que tudo é lícito...mas não é! São Paulo nos fala "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém." 

Devemos viver conforme Cristo nos ensinou, este é o princípio moral da igreja católica, mas infelizmente até mesmo dentro de nossa igreja acontece os mais terríveis pecados por parte de nossos pastores e isto é inegável, mas devemos também nos atinar a uma questão, os meios de comunicação secular estão tentando enculturar as pessoas pregando que a solução para os escândalos sexuais dentro da igreja seria o fim do celibato, e para isto qualquer caso envolvendo padres é um prato cheio para ir moldando o modo de pensar das pessoas! 
Isto eu discordo porque a pessoa que chamada por Deus por livre e espontânea vontade, decide de coração dedicar sua vida e seu corpo inteiramente a Deus,  alimentando-se do corpo e sangue de Cristo na eucaristia, com orações e penitencias buscando a santidade, tanto sua como também daqueles que Deus lhe confiou jamais fará tais coisas, como posso afirmar? Vislumbrando a vida de tantos santos da igreja. 

A pessoa que ama Deus e sua justiça, que sabe que ele ampara aquele que está cansado e sobrecarregado jamais fará algo contra qualquer irmão! Porque aquele que vive em Cristo é conduzido por seu espírito santo!

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." 

Estamos aqui para preparar o caminho como João Batista fez no tempo de Jesus, não adianta nada falar de assuntos polêmicos da atualidade como aborto, homossexualismo, pedofilia sendo que só olhamos para fora!
Jesus chamou de hipócritas os doutores da lei, pois pregavam uma coisa e não viviam, será que muitas vezes não somos hipócritas? Devemos abrir nossos olhos enquanto a tempo, devemos nos converter o quanto antes, aproveitar este tempo de quaresma e fazer penitências e jejuns para fortalecer nossa alma de qualquer ataque. 

Que Deus nos de santos sacerdotes e para isso convido todos os Cristão católicos a fazer como os ninivitas no tempo de Jonas  jejuar e fazer penitências para receber a misericórdia de Deus, amém!



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ser cristão incomoda muito



A Igreja foi posta, mais uma vez, como espetáculo diante do mundo. Todos os olhos estão voltados para ela e proclama-se, especialmente quando vista de fora, uma grande crise. Aproveita-se a oportunidade para que as muitas bandeiras de uma parcela permissiva da sociedade sejam levantadas. Na cabeça de muitos, vale apostar tudo para ver o que se pode colher, como se a Igreja de Jesus Cristo fosse um balcão de informações turísticas, quem sabe um parlamento democrático aberto a todos ou as orientações morais viessem a ser decididas pelo voto da maioria. A grande renovação da Igreja, ou acontece a partir do coração de cada cristão, com a força da permanente conversão, ou será indevida e mentirosa, pois ela não pode ser infiel ao seu Senhor.

Ser cristão
 incomoda, e muito, começando mesmo por aqueles que desejam professar sua fé com coerência, em tempos nos quais a perseguição se volta furiosa, especialmente contra os católicos. Não estamos mais em época de cristandade. Com certeza, os cristãos católicos devem tomar consciência de sua responsabilidade e se decidirem a ser sal, luz e fermento, com qualidade de vida e testemunho, indo além das valiosas e reconhecidas devoções para serem presenças qualificadas, capazes de transparência da inigualável mensagem evangélica, dispostos a superar os próprios limites e pecados. 


Sabemos que o mistério da iniquidade está presente onde quer que existam pessoas humanas. Falta muito para que todos os homens e mulheres, de qualquer religião ou fé, vejam vencidos em si ou na vida social a maldade que se espalha. Também para nós vale o chamado contínuo à conversão, tanto que, nos dias da Quaresma, a Igreja inteira, consciente de que foi resgatada pelo Sangue do Cordeiro imolado, canta em sua oração: "Humildes, ajoelhados na prece que a fé inspira, ao justo Juiz roguemos que abrande o rigor da ira. Ferimos por nossas culpas o Vosso infinito amor. A Vossa misericórdia do alto infundi, Senhor. Nós somos, embora frágeis, a obra de Vossa mão; a honra do Vosso nome a outros não deis, em vão. Senhor, destruí o mal, fazei progredir o bem; possamos louvar-Vos sempre e dar-Vos prazer também. Conceda, ó Deus Uno e Trino, que a terra e o céu sustém, que a graça da penitência dê frutos em nós. Amém" (Hino de Laudes para os Domingos da Quaresma). É bom que o mundo saiba que nos reconhecemos pecadores, suplicamos a misericórdia de Deus, somos, continuamente, chamados à conversão e nos empenhamos em buscar as formas de vida cristã e as estruturas necessárias ao testemunho autêntico de Jesus Cristo.

No terceiro domingo da Quaresma, a Igreja proclama e medita o Evangelho de São Lucas, no capítulo treze, versículos um a nove. Jesus forma Seus discípulos e as pessoas que d'Ele se aproximam. Cabe-lhes estar atentos aos acontecimentos. O primeiro deles é de ordem religiosa, quando alguns galileus são mortos por Pilatos quando ofereciam sacrifícios. O segundo é um acidente, quando uma torre cai sobre algumas pessoas. É mais ou menos como as notícias novas ou requentadas, que correm pelo mundo afora e também no boca a boca das conversas.

Em nossos dias, pululam acusações de toda ordem contra a Igreja e os católicos. Os fatos negativos tenham sua devida apuração e, quando comprovados, as pessoas sejam devidamente responsabilizadas. Também os desastres públicos são passíveis de verificações e providências cabíveis. No entanto, envolvidos diretamente ou não nos dois tipos de eventos, todos sejam provocados a tirar as lições devidas. Trata-se de perguntar o que Deus quer nos dizer com os fatos.

Jesus propõe a conversão nos dois casos. Se existem cristãos que agem mal, que comecem uma vida nova, transformem sua mentalidade e suas práticas. Se qualquer um de nós se encontra distante dos fatos e responsabilidades, pergunte-se como pode ser melhor e viver melhor, mesmo em áreas totalmente diferentes. Quando uma obra desaba na sociedade, um incêndio se alastra, as ruas estão esburacadas ou os serviços são de baixa qualidade, mesmo quem não tem poder para mudar tudo pode começar por si mesmo ou perto de sua casa. O lixo que cada um recolhe, de forma adequada, pode ser uma pequena, mas indispensável ajuda, como também a direção segura e defensiva no trânsito e outras práticas. Vale, como sempre, ouvir Jesus: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não” (Lc 13,2-5). Os frutos da conversão se manifestem em nova mentalidade e novas práticas de vida!

A Igreja tem a alegria de oferecer ao mundo, depois de oito anos de trabalho intenso, o exemplo luminoso que tem sido o até agora Papa Bento XVI, que acaba de renunciar. Certamente, incomodou muita gente, mas edificou crianças, jovens e adultos, homens e mulheres de todos os quadrantes do mundo. Sua palavra e seu comportamento foram retilíneos, coerentes com o lema escolhido, “colaborador da verdade”, um cristão autêntico, apaixonado pela Verdade, que é Jesus Cristo. É a esta verdade que queremos converter-nos! É a esta verdade que estará a serviço o novo Papa a ser eleito!

Com a Igreja e o mundo, peçamos juntos: “Senhor Jesus, Pastor eterno, fundastes a Igreja para ser, no mundo, o Sacramento da Salvação, na perfeita comunhão de amor, e destes a Pedro a tarefa de criar a unidade entre vossos filhos e filhas. Amparai, Senhor, a vossa Igreja que, sustentada pelo vosso Santo Espírito, espera confiante a escolha do Sucessor de Pedro, que nos sustentará na mesma fé, da qual, na mesma Igreja, recebemos no batismo. Não permitais, Senhor, que ventos de doutrinas contrárias venham a nos confundir. Sustentai a nossa fé e mandai, sem demora, aquele que conduzirá a Barca da Igreja pelos caminhos da história, em nosso tempo, para a honra e glória do Vosso nome, Vós que sois caminho, verdade e vida. Amém!”


Foto
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA






Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13087

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

As palavras de um santo na iminência do conclave


Recentemente, pequenos trechos de uma carta escrita por Santo Afonso Maria de Ligório com considerações acerca dos males que afligiam a Igreja e que diante da iminência do conclave de 1774/1775 deveriam ser levados em conta na escolha do novo Pontífice, vêm sendo reproduzidos em vários sites. Ante o momento vivido pela Igreja, publicamos a tradução da carta na íntegra:

Escreve o Padre Tannoia, o primeiro biógrafo e contemporâneo de Santo Afonso: "O Cardeal Castelli, conhecedor do grande crédito de que Afonso gozava junto a todos pelo espírito de Deus que o animava e o peso que a sua autoridade tinha junto aos Cardeais, - sendo iminente o tempo em que eles deviam encerrar-se no Conclave – quis que ele, como se respondesse a uma pessoa zelosa e amiga que lhe tivesse pedido, indicasse em uma carta os principais abusos que deviam ser extirpados da Igreja e da hierarquia eclesiástica, e outras coisas que se deviam levar em consideração na eleição do novo Papa. Assim pediu o Cardeal, querendo fazer presente a carta no Conclave, para que se elegesse um papa adequado às circunstâncias. Afonso, diante desta ordem, enrubesceu. Todavia, tanto pelo zelo pela glória divina, como para obedecer a um eminentíssimo cardeal que ele tanto estimava, recomendou-se antes a Deus, e assim lhe respondeu no dia 23 de outubro de 1774" (Tannoia, Da vida e instituto do Ven. Servo de Deus Afonso Maria de Ligório, Napoles 1798-1802, lib. III, cap. 55)
Carta 773. A Padre Traiano Trabisonda
Viva Jesus, Maria e José!
Arienzo, 24 de outubro de 1774
Ilustríssimo Senhor meu estimadíssimo,
Meu amigo e senhor, acerca do sentimento que se me pede sobre os assuntos atuais da Igreja e a eleição do Papa, que pensamento posso apresentar, eu um miserável ignorante e de tão pouco espírito, como sou?
Digo apenas que são necessárias orações e grandes orações; já que, para levantar a Igreja do estado de relaxamento e de confusão em que se encontram universalmente todos os níveis, nem toda a ciência e prudência humana conseguem remediar, mas é preciso o braço onipotente de Deus.
Entre os bispos, poucos são os que têm verdadeiro zelo pelas almas.
As comunidades religiosas, quase todas e mesmo sem o quase, estão relaxadas, porque nas congregações, na presente confusão das coisas, falta a observância e a obediência se perdeu.
No clero secular as coisas estão piores e, por isso, faz-se necessária aí uma reforma geral para todos os eclesiásticos, de maneira a reparar a grande corrupção dos costumes, que existe entre os seculares.
Por isso é preciso rezar a Jesus Cristo que nos dê um Chefe da Igreja que, mais do que de doutrina e de prudência humana, seja dotado de espírito e de zelo pela honra de Deus, e seja totalmente alheio a qualquer partido e respeito humano, porque se, por nossa desgraça, acontecesse um Papa que não tem apenas a glória de Deus diante dos olhos, o Senhor pouco o assistirá e as coisas, como estão nas presentes circunstâncias, irão de mal a pior.
Assim que as orações podem trazer remédio a tanto mal, ao obter de Deus que ele mesmo ponha a sua mão e conserte.
Por isso, não somente impus a todas as casas da minha mínima Congregação que rezem a Deus, com atenção maior do que habitualmente, pela eleição deste novo Pontífice; mas na minha diocese ordenei a todos os sacerdotes seculares e regulares que, na missa, recitem a coleta pro electione pontificis; desejaria que o Senhor inspirasse ao Sacro Colégio para escrever a todos os Núncios dos reinos cristãos, para que ordenassem esta coleta, por parte do Sacro Colégio, a todos os sacerdotes.
É este o sentimento que eu, miserável, posso apresentar.
Para esta eleição do Papa, não deixo de rezar mais vezes ao dia, mas o que podem minhas frias orações? Contudo, confio nos méritos de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, que antes que a morte me atinja, que me está muito perto pela idade tão decadente e pela doença em que me encontro, o Senhor possa consolar-me fazendo-me ver a Igreja reconstituída.
Acrescento, amigo, que também eu desejaria, como Vossa Senhoria ilustríssima, ver reformados tantos desarranjos presentes; e saiba que, nesta matéria, giram-me pela mente mil pensamentos, que gostaria de fazê-los presentes a todos. Mas, olhando para a minha mesquinhez, não tenho ânimo de torna-los públicos, para não parecer que eu quero reformar o mundo. Comunico-lhe, porém, em confiança e como um desabafo, estes meus desejos.
Em primeiro lugar, gostaria que o próximo Papa (já que faltam muitos Cardeais, que deverão ser nomeados) escolhesse, entre aqueles que lhe serão propostos, os mais doutos e zelosos pelo bem da Igreja e que intimasse preventivamente aos Príncipes, na primeira carta em que lhes comunicará a sua eleição, que, quando pedirem o cardinalato para algum favorito seu, não proponham senão pessoas de comprovada piedade e doutas, porque, caso contrário, não poderá admiti-los em boa consciência.
Gostaria ainda que usasse toda a sua força em negar mais benefícios àqueles que já estão de posse dos bens da Igreja que lhes bastam para a sua manutenção, segundo o conveniente ao seu estado. E nisso usasse toda a fortaleza contra os compromissos que poderão aparecer.
Gostaria, além disso, que se impedisse o luxo nos prelados e, por isso, se determinasse para todos (caso contrário, a nada se porá remédio), se determinasse, digo, o numero dos empregados, exatamente o que compete a cada categoria de prelados: tantos camareiros e não mais; tantos servos e não mais; tantos cavalos e não mais; para não dar mais o que falar aos hereges.
Mais ainda! Que se usasse diligência ao escolher os bispos (dos quais, principalmente, depende o culto divino e a salvação das almas), solicitando informações a mais pessoas sobre a sua vida digna e doutrina necessária para governar as dioceses. E que, também para aqueles que já estão em suas igrejas, se exigisse dos metropolitanos e de outros, secretamente, a informação sobre aqueles bispos que pouco atendem o bem de suas ovelhas.
Gostaria ainda que se fizesse perceber, por toda a parte, que bispos descuidados e faltosos ou na residência ou no luxo das pessoas que mantêm ao seu serviço, ou nas enormes despesas com mobílias, banquetes e coisas semelhantes, serão punidos com a suspensão ou com o envio de vigários apostólicos que consertem os seus defeitos, dando o exemplo, de quando em vez, conforme a necessidade.
Todo exemplo desse tipo faria com que estivessem mais atentos a se controlar os demais prelados descuidados.
Gostaria ainda que o futuro Papa fosse muito reservado em conceder certas graças que prejudicam a boa disciplina, como, por exemplo, permitir às monjas saírem da clausura por mera curiosidade de ver as coisas do século, o conceder facilmente aos religiosos a licença de se secularizar, pelos inconvenientes mis que daí decorrem.
Sobretudo, desejaria que o Papa reconduzisse universalmente todos os religiosos à observância do seu primeiro Instituto, pelo menos nas coisas mais principais.
Basta, não desejo mais causar-lhe tédio. Nada podemos fazer, a não ser rezar ao Senhor, que nos dê um Pastor pleno do seu espírito, que saiba estabelecer estas coisas que acenei brevemente, conforme for mais conveniente à glória de Jesus Cristo.
E com isso, apresento-lhe minha humilíssima reverência, enquanto com todo o obséquio me confesso.
De Vossa Senhoria Ilustríssima obrigadíssimo servo verdadeiro
AFONSO MARIA, bispo de Santa Águeda dos Godos

Fonte: http://padrepauloricardo.org/blog/as-palavras-de-um-santo-na-iminencia-do-conclave

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Obrigado Bento XVI Texto do Prof. Felipe Aquino

bentoxvi

Quando ele foi eleito em abril de 2005, agradeci profundamente a Deus sua eleição, porque era uma vitória da Igreja, especialmente contra aqueles que, dentro da Igreja, não o amavam. O Espírito Santo deu a resposta a esses, mostrando a sua preferência. Sua eleição foi rápida e fulminante; não havia outro à altura de substituir João Paulo II, então teve de ser ele mesmo, apesar dos seus 78 anos na época.
Com pesar, mas com profunda compreensão e amor, a Santa Igreja recebeu agora a notícia da renúncia de Bento XVI a partir do dia 28 de fevereiro. Deixando de lado as justas razões de sua decisão histórica, corajosa, coerente e fervorosa, gostaria de prestar um profundo agradecimento a este gigante que sempre serviu a Igreja, sem se servir dela para sua promoção pessoal. É um autêntico “humilde servo da vinha do Senhor”,  que a serviu desde  a primeira hora.
Obrigado Papa Bento pelos 25 anos como Prefeito da Congregação da Fé do Vaticano, braço direito do Beato João Paulo II. Ali o senhor enfrentou as heresias e os hereges de nosso tempo, afastando os lobos do Rebanho do Senhor, mesmo tendo de sofrer as críticas e ofensas desses hereges apoiados pela mídia secular.
Obrigado porque o senhor desmontou o perigo e a armadilha da chamada teologia da libertação marxista, que apela para Karl Marx em socorro de Jesus Cristo, como se  a força do Seu Evangelho não fosse suficiente para mover o mundo e precisasse pedir ajuda ao marxismo ateu, anticristão e materialista.
Obrigado porque na “Dominus Iesus” o senhor revelou a artimanha e os erros de um ecumenismo espúrio que mistura unidade na verdade com sincretismo religioso, falsa salvação e irenismo.
Obrigado Bento XVI porque mesmo já com 78 anos o senhor aceitou a missão hercúlea de ser o Vigário de Cristo, o “Doce Cristo na Terra”, como disse Santa Catarina de Sena, e cumpriu belamente esta missão até o limite de suas forças. Descansa velho guerreiro, sábio, douto e santo Papa.
Obrigado Papa Bento porque o senhor assumiu o papado com a fúria impiedosa dos inimigos da Igreja (de dentro e de fora) por causa de seu talento, do seu zelo apostólico e da sua fidelidade a Jesus Cristo.
Obrigado pois o senhor, na missa “Pró elegendo Pontifici” denunciou abertamente a “ditadura do relativismo”, a negação da existência da verdade. O senhor é um arauto e paladino da verdade que salva e que liberta; e que o mundo sem Deus não aceita. O senhor é odiado por isso, mas mesmo assim jamais se rendeu aos que querem impor a Igreja o uso da camisinha, o casamento de pessoas do mesmo sexo, o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões, e tantos outros males morais que destroem a família e civilização. Obrigado porque o senhor não teve medo de dar a cara para apanhar, em nome de Jesus Cristo, também esbofeteado por seus algozes.
Obrigado porque o senhor não se curvou diante de um feminismo barulhento e vazio, interno à Igreja, e de um modernismo que quis lhe impor a quebra do celibato sacerdotal, a aceitação da ordenação de mulheres e outras extravagâncias. O seu zelo e a sua coragem atraíram muitos fiéis para a Igreja e seu número cresceu a partir de 2011, bem como o número de sacerdotes e consagrados. Obrigado porque o senhor fez a Igreja entender que o mais importante é a qualidade dos católicos e não apenas o seu número.
Obrigado Santo Padre, porque no Ano Sacerdotal, quando o demônio investiu contra a Igreja e contra o Papa, acusando-o de ter acobertado a pedofilia, o senhor mostrou o quanto agiu para arrancar essa praga da Igreja.
Obrigado porque o senhor fez, como São Francisco,  a reconstrução da Santa Igreja, diante de um mundo muito mais imoral e difícil, sedento de destruir a Igreja. Certamente o novo Papa vai continuar este trabalho de enfrentar o secularismo, o ateísmo e o hedonismo.
Obrigado porque, tal como um novo São Bento de Núrcia, o senhor deu início ao reerguimento do Ocidente, como o Santo fez na época em que os bárbaros tudo dominaram. Hoje há uma barbárie ainda pior, que não saqueia as cidades e vilas, mas que mata as almas.
Obrigado Papa Bento, porque como Cristo, o senhor aceitou ser zombado pelos incrédulos, como na PUC de São Paulo, desrespeitado pelos inimigos da Igreja, maltratado pelos revoltados, que não respeitam seus cabelos brancos e sua velhice, e se esquecem que o senhor é o Representante de Cristo na Terra. O que fizeram com o Cristo, o fizeram com o senhor, mas a ressurreição virá no último dia. Sei que como o Senhor na cruz, o senhor orava por esses cegos, dominados pelo ódio infernal.
Obrigado porque o senhor ama a Igreja profundamente, e soube sabiamente interpretar o Vaticano II, defendendo-o dos ataques que recebeu tanto do lado ultraconservador, como do ultramoderno.
Obrigado Papa querido por toda a sua vasta cultura colocada a serviço do ministério petrino, “fazendo-se tudo para a todos salvar”. Obrigado pelas dezenas de livros maravilhosos que o senhor escreveu; especialmente pelas magistrais encíclicas “Deus caritas est”; “Spes Salvi”; e “Caritas in Veritate“.
Obrigado por tantas homilias, catequeses, visitas apostólicas, viagens internacionais, encíclicas, cartas, motu próprios, etc. para guiar o Rebanho do Senhor. Obrigado porque o senhor sempre nos falou de Deus com uma coragem profética. Obrigado porque o senhor sempre mostrou a importância da unidade da fé com razão, sempre defendeu a liberdade religiosa, chorou com os que choram e sorriu com os que se alegram.
Querido Pastor, alemão, unidos ao senhor queremos orar muito nesta Quaresma que começa, junto da Virgem Maria, Mãe da Igreja, para que Deus nos dê logo um novo Papa para continuar a missão da Santa Igreja, “Sacramento Universal da Salvação”. Queremos rezar Santo Padre para que o novo Papa seja um leão como o senhor, sem medo de enfrentar os erros e as heresias, sem medo de dizer as verdades; e que seja valente e destemido contra os ministros de Satanás, especialmente aqueles que se transvestem em “anjos de luz”, mas que são lobos cruéis prontos a devorar o Rebanho que custou o Sangue do Senhor (cf. At 20,28). Eles querem transformar a Igreja em  pregadora da imoralidade.
Como disse o “Apostolado São Clemente Romano”: “nos solidarizamos com o senhor e agradecemos, carinhosamente, pelo tempo em que nos deu força e coragem. Bravíssimo Papa, Santíssimo Homem de Deus, que Nossa Senhora o ajude. Respeitamos sua decisão e nos despedimos, com lágrimas nos olhos, da Primavera que o senhor fez brotar em nossos corações. Que Deus o abençoe, grande cruzado, Bento XVI!”.
“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5, 11-12).

Uma verdade inconveniente ou uma mentira reconfortante?


– Senhor, são poucos os homens que se salvam?
O Mestre respondeu:
– Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora.


Porque o coração deste povo tornou-se insensível. São duros de ouvido e fecharam os olhos para não ver com os olhos, e não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter. Assim não podem ser curados”. (Mateus 13,15)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O difícil passo para mudança

       

A paz de Cristo!

Para tudo na vida existe um começo, desde o início da nossa vida buscamos algo que nos satisfaça, algumas pessoas buscam sucesso outras uma simples e sossegada vida, mas para tudo isso existe uma linha de largada o ponto em que você decide ir atrás do seu sonho.


Mas quando se trata de mudança de vida, ou conversão a coisa é mais séria, as vezes apontamos para as pessoas e nos perguntamos "porque não muda", mas será que isto é simples assim?
Quando estamos na vida e gostamos do que ela nos oferece fica difícil renunciar, isso acontece porque o pecado além de nos levar a morte ele nos escraviza, conheço pessoas que vivem nas baladas e que momentaneamente nas noites são felizes, mas que no outro dia são profundamente tristes, e acabam ficando perdidas, as vezes querem renunciar a tudo isso mas não é fácil porque estão escravizados sem saber e não reconhecem isso!
Vamos dar um exemplo: você frequenta festas, bares, baladas, você tem moral com a rapaziada e todos vivem te elogiando para a morte dizendo "poxa aquele ali é o cara toma todas, pega todas, fuma de tudo e não tem tempo ruim para ele!" mesmo que você decida mudar vai ser muito difícil porque você já está envolvido, e se realmente queira mudar e a princípio terá que derrubar duas barreiras a da vergonha e do orgulho, muita gente já desiste neste ponto, e depois se você conseguir passar por isso romper com o círculo do pecado, ai vem a parte do evitar o pecado, exemplo se eu não posso beber porque isto me escraviza e me faz pecar o que fazer?
Evite tudo o que faz você lembrar, combata o bom combate seja verdadeiramente corajoso! Esta é a largada o primeiro passo para a santidade, é muito fácil lutar e brigar com as pessoas e se achar o durão, quero ver enfrentar este desafio de ser santo de romper com aquilo que satisfaz a carne!

 

Mas quando tudo parece impossível aí é que Deus se manifesta, se você notar nas sagradas escrituras Deus só se manifestou quando tudo parecia impossível, ele quer no fundo que reconheçamos que sozinhos não vamos conseguir temos que quebrar este orgulho, e dizer vem Senhor preciso de ti sozinho eu não consigo, ajude-me a derrubar as muralhas de minha vida, ajuda a dar o primeiro passo para a santidade derruba minhas máscaras mesmo que isso me custe a perca, mas que com o Senhor eu ganhe muito mais e minha vida seja uma benção de paz e de alegria eterna!

 O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo. Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, e transborda minha taça. A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias. 

O salmo nos dá a chave da felicidade eterna e da salvação "O Senhor é meu pastor, nada me faltará" é no Senhor que encontramos a força para dar o primeiro passo e ele nada nos deixa faltar, se você acha que perderá amigos, Deus não deixará faltar e mais ele te guiará para a salvação basta querer "Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva." O que Deus quer em troca de tudo isto? Amor ao seu nome " por amor do seu nome".


Não somos e nunca seremos perfeitos, mas Deus nos ama incondicionalmente!
Que um dia possamos dizer como o apóstolo Paulo "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim."Que Deus nos abençoe! Amém!





          

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Depois de ser abusada, minha mãe não abortou, perdoei e confessei o meu pai

Sacerdote Luis Alfredo León Armijos

"Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram a vida", afirma o sacerdote Luis Alfredo León Armijos, de Loja (Equador) quem aos seus 41 anos compartilha sua história. O seu nascimento foi fruto de um estupro quando sua mãe tinha apenas 13 anos. O presbítero também conta como conheceu e perdoou o seu pai a quem confessou e que agora leva uma vida de fé.
Em diálogo telefônico com o grupo ACI em 6 de fevereiro, o sacerdote diocesano e pároco da Paróquia São José em Loja, relatou que sua mãe, María Eugenia Armijos Romero, quando ainda era menor, cuidava e limpava uma casa em Loja para ajudar os seus pais e seus sete irmãos: "o dono da casa aproveitando que estava sozinho, abusou dela deixando-a grávida".
Apesar do rechaço de sua família que "não queria que o bebê nascesse e por isso batiam na sua barriga e davam-lhe algumas bebidas para que abortasse", María sempre defendeu a vida de seu filho e ao ver-se sozinha e sem apoio "orou e sentiu em seu coração que o Senhor lhe dizia: defende essa criança que está em ti", contou o Pe. León.
María fugiu de Loja para a cidade de Cuenca onde sobreviveu por seus próprios meios. No domingo 10 de outubro de 1961 às 10:00 a.m., em um parto cheio de complicações por sua pequena idade e fraca contextura, nasceu Luis Alfredo com alguns problemas respiratórios que o amor de mãe também ajudou a sanar.
Depois de um tempo e com a ajuda paterna, María voltou para Loja para começar "uma vida como mãe solteira. Meu pai aceitou reconhecer-me e encarregar-se de mim, mas isso não quer dizer que as coisas estavam bem entre eles", relatou o Pe. León.
O presbítero recorda que seu "pai visitava sempre a casa e cumpria suas obrigações para conosco. Eles (seus pais) tiveram mais 3 filhos, e minha relação com ele era distante, mas boa. Eu tinha muito respeito por ele, infundia autoridade, foi muito forte comigo, me levava para trabalhar".
Quando o Pe. León tinha 16 anos o convidaram à Renovação Carismática onde "tive meu primeiro encontro com Cristo, aprendi de seu amor maravilhoso", e começou a pregar e dar catequese "em todo lugar que Deus me colocava" como nos ônibus e nas casas de recuperação de menores.
Aos 18 anos sentiu o chamado à vocação sacerdotal e ingressou no Seminário de Loja sobrepondo-se à oposição do seu pai. "Ele me dizia: você não pode ser sacerdote porque você deve saber bem quem você é".
Com uma permissão especial do Bispo por sua pouca idade, foi ordenado aos 23 anos: "foi toda uma bênção para minha vida", recorda.
Dois anos depois ingressou no Caminho Neocatecumenal e sua mãe lhe contou, depois de terminar a relação com seu pai, como foi que veio ao mundo. Isso marcou o ponto de início para um caminho de reconciliação de ambos. O sacerdote ajudou a sua mãe a entender que não podia odiar o seu pai e que Deus a convidava a amar sua própria história.
O sacerdote relatou ao grupo ACI que com esta experiência ele compreendeu que sempre tinha pregado aos outros sobre o amor de Cristo em suas vidas e agora entendia que "Deus me permitia ser sacerdote não para julgar, mas para perdoar, para ser instrumento de sua misericórdia, e eu tinha julgado muito o meu pai por tudo".
Anos mais tarde recebeu uma ligação do seu pai "ia fazer uma operação e estava com medo, e me disse: quero que me confesse". Depois de 30 anos sem comungar, "meu pai retornou à comunhão, à Eucaristia".
"Eu lhe dizia: pai, você merece o céu, uma vida eterna, assim como a Igrejatambém está me fazendo ver o céu, e nesse momento os olhos do meu pai se encheram de lágrimas".
Quando o Pe. León prega para mães gestantes que passam por dificuldades lhes recorda que assim como Jeremias, Deus forma no ventre a vida de um filho, e que não o vejam como "um filho que traz sofrimento, que traz dor, eu lhes digo que um filho traz a salvação, traz bênçãos".
"Como Jesus Cristo que foi insultado, açoitado, já desde menino foi causa de cruz e de dor, em seus filhos recebam a bênção de Jesus" adicionou.
O presbítero aconselha aos filhos que conheçam bem "a própria história. Aprendam a ver as coisas desde o amor de Deus. Podemos inteirar-nos de nossa história e odiar a própria vida, julgar a Deus como aconteceu comigo, mas descobri que o amor de Deus tinha estado aí me cuidando em toda a vida".
"Jovem, se o pai da terra errou e te falhou, Deus Pai nunca nos falhou. Se for filho e mãe solteira deve ver em sua vida como Deus Pai te cuidou", exorta.
"Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram à vida, eu digo é uma gratuidade, tudo o que tenho, a vida em si mesmo é um dom delicioso que Deus dá", concluiu.

Fonte:http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24888

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

As Profecias de São Malaquias

Sao_Malaquias

Nos últimos Conclaves para a eleição de João Paulo II e Bento XVI voltaram à baila as “profecias” de São Malaquias (não é o profeta São Malaquias, do Antigo Testamento), que, segundo o monge beneditino Dom Estevão Bettencourt, “carecem de toda e qualquer autoridade, segundo os resultados da boa crítica histórica”. A Igreja nunca se guiou por tais profecias. (cf. Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”, n. 227/1978, pg. 451s). Coloco aqui algumas informações do citado artigo:
“São Malaquias (1095-1140) foi bispo do Armagh na Irlanda no século XII. Até o século XVI nenhum autor ou documento mencionou as suas “profecias”; estas foram ignoradas até 1595, quando o beneditino Arnoldo do Wyon as inseriu no seu opúsculo “Lignum Vitae”. Hoje em dia pode-se dizer que tal documento teve origem em 1590 durante o conclave que devia eleger o sucessor de Urbano VII; entre os Cardeais mais em vista estava Simoncelli, cidadão do Orvieto e antigo bispo desta cidade; ora os amigos do Simoncelli quiseram favorecer a eleição deste prelado, apresentando  uma lista “profética” de 111 Papas, em que o sufragado após   Urbano VII era o Papa “De antiquitate urbis” (Da antiguidade da cidade). Isto é, o Papa de Orvieto (= Urbs vetus, cidade antiga); em vista disto, forjaram uma série de dísticos papais mais ou menos condizentes com a realidade desde Celestino II (1143-1144), mas assaz arbitrária após Urbano  VII. Toda­via essa fraude foi vã, pois quem saiu eleito do conclave em 1590 foi o Cardeal Sfrondate, arcebispo do Milão, que tomou o nome de Gregório XIV. Estes dados bastam para dissipar qualquer dúvida acerca da pretensa autoridade das “profecias” de São Malaquias”.
Como agora, já na eleição de João Paulo II, em 1978,  estiveram em destaque as ditas “profecias de São Malaquias”. A imprensa as mencionava como referencial para se predizer a identidade do futuro Papa. Verificou-se, porém, que os resultados foram totalmente diversos do que se previa. A Igreja é conduzida por Deus e não pelos homens.
As “profe­cias” de São Malaquias previam o fim do mundo para o ano 2000 aproximadamente… Segundo o antigo intérprete dessas “profecias”, Ciacconio,  contam-se 38 Pontífices desde Urbano VII († 1590) até o fim do mundo, sendo que o Papa João Paulo II, que vem a ser “De labore solis” (Da fadiga do sol) ainda teria dois sucessores, o último dos quais, Pedro II, verá, com a geração dos seus contem­porâneos, a consumação da história.
A Profecia de Malaquias, logo depois de divulgada em 1595, obteve sucesso considerável. Segundo Dom Estevão Bettencourt, essas profecias “carecem de autoridade”, e os bons críticos não hesitam em rejeitar a sua  autenticidade, por isso a Igreja não lhe dá importância. Quem primeiramente a impugnou apelando para argumen­tos ainda hoje plenamente válidos, foi o Pe. Ménestrier S. J., no seu livro “’Réfutation des Prophéties faussement attribuées à S. Malachie sur les élections des Papes”’ (Paris 1689). Eis as principais razões desde então aduzidas contra a genuini­dade das Profecias:
1) Durante cerca de 450 anos, isto é, desde São Mala­quias († 1148) até o opúsculo “Lignum Vitae” (1595), jamais autor algum fez alusão aos oráculos de São Malaquias; nem os historiadores medievais e renascentistas, ao escrever a Vida dos Papas, mencionam tal documento, que certamente deveria ser citado, caso fosse conhecido.
2) A finalidade da Profecia (insinuar a época do fim do mundo) contraria a intenção de Cristo, que em mais de uma ocasião se negou a revelar aos homens a data do juízo final (cf. Mc 13,32; At 1,7). A  aplicação dos dísticos aos respectivos Papas baseia-se em notas acidentais e arbitrárias.
Alguns críticos julgam que a “Profecia de São Malaquias” foi forjada justamente nesse ano de 1590, quando o falsificador já conhecia parte da his­tória dos Papas que ele havia de caracterizar, ficando-lhe desconhecida a outra parte (a do futuro).
“Diante destas observações da crítica abalizada, vê-se que vão seria evocar a “Profecia” de São Malaquias, seja para ilustrar a história do Papado, seja para prever o decurso dos futuros tempos ou mesmo a época da segunda vinda de Cristo”.
O bom católico deve acreditar piamente nas razões pelas quais disse o Papa que renunciou, sem se deixar levar por fantasias, elucubrações, medos, e outras interpretações. Isso assusta as pessoas e não é bom.  Confiemos plenamente no Papa. Ouçamos apenas o que ele e a Igreja nos dizem, nada mais.  A Igreja pertence a Cristo (“a Minha Igreja”), e as forças do inferno jamais a vencerão.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: http://cleofas.com.br/bento-xvi-e-as-profecias-de-sao-malaquias/

A renúncia do Papa Bento XVI - Padre Paulo Ricardo

     
           Diante da renúncia de Bento XVI duas atitudes são possíveis: ou o homem, numa atitude de fé, deposita sua esperança em Deus, sabendo que Ele agirá, como age, na sua Igreja, na história ou, sem fé, desespera-se, perde-se em temores paranoicos diante de tanta miséria que vê ao seu redor, conjecturando teorias conspiratórias para justificar o que não consegue compreender.
Embora a decisão do Papa tenha produzido desconforto, tristeza, trouxe também a certeza de que não estamos sozinhos. A Igreja não está sozinha. Seus filhos não estão sozinhos. É sobre todo esse mix de sensações conflitantes e partilhando também seus próprios sentimentos que Padre Paulo Ricardo apresenta este novo programa.
               

Fonte: http://padrepauloricardo.org/episodios/a-renuncia-do-papa-bento-xvi

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A MULHER NA FAMÍLIA AFASTA A MONOTONIA



Já faz alguns anos que tenho refletido sobre o chamado de Deus para nós mulheres. Desde a minha adolescência, na idade de 15 anos, trabalhei em uma empresa do ramo têxtil. Iniciei no setor de produção e alguns anos mais tarde após a conclusão do segundo grau, passei a exercer uma função no setor financeiro desta mesma empresa. Meus pais sempre incentivaram a estudar.
 Passei minha juventude afirmando que iria me preparar e estudar para ser “ independente”. No inicio da faculdade casei-me e conclui o curso superior grávida da primeira filha. Exerci treze anos de atendimento clinico na área da psicologia, mas com o tempo,  fui descobrindo sobre a importância que era para o meu esposo e os  filhos, a minha presença em casa. Então decidimos que iria trabalhar somente meio período para ficar a disposição o restante do tempo no lar. Esta experiência no início pareceu-me dolorosa, mas não demorou muito tempo, o meu coração começou  a se encantar pelas maravilhas que percebia em minha família a cada dia. Há mais de um ano fiz a opção de permanecer em tempo integral em casa.
Percebi neste tempo que trabalhar em casa, não tem nada haver com a monotonia, pois a cada dia as crianças nos surpreendem com o estilo que é próprio de cada um. Também os filhos estimula em nosso interior a criatividade e a capacidade de demonstrar o amor de maneira diferente para cada um.
As atividades simples do dia a dia ganha um significado especial com a presença da mãe. Hoje é possível preparar uma refeição com tempo e com a qualidade que todos merecem. Certa vez, em oração o Senhor falava-me ao coração, que a presença da mulher em casa é tão importante como uma cidade fortificada, ou seja, cercada de muros. Antigamente as cidades para se defenderem dos inimigos eram cercadas  de altos muros; e assim ficavam protegidas de ataques dos inimigos. O fato de a esposa-mãe, permanecer em casa, cria uma espécie de altos muros invisíveis onde é possível defender a família de muitos inimigos.
Você já observou que as famílias que tem o privilégio da presença constante da mulher, a casa sempre exala um perfume?  Seja pelo cheirinho de casa limpa, ou então, um delicioso aroma de café no meio da tarde; ou de um pão que acaba de sair do forno.
É uma graça especial saber que nós mulheres temos a oportunidade de “dar a luz” aos nossos filhos a cada novo dia.
Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom Pastor




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa e os oportunistas da imprensa secular


Que a mídia secular não é o melhor meio para se informar a respeito da Igreja Católica, isso não é novidade. Basta fazer uma rápida leitura nas manchetes dos principais jornais do país a respeito da renúncia do Papa Bento XVI para se ter a certeza de que o amadorismo reina nessas aclamadas agências de notícias. No entanto, acreditar na simples inocência desses senhores e cobri-los com um véu de caridade por seus comentários maldosos e, muitas vezes, insultuosos não seria honesto. É necessário compreender muito bem que muitos desses veículos estão ardorosamente comprometidos com a desinformação e com os princípios contrários à reta moral defendida pela Igreja. Daí a quantidade de sandices que surgiram na mídia nos últimos dias.
Logo após o anúncio da decisão do Santo Padre, publicou-se na imprensa do mundo todo que a ação de Bento XVI causaria uma "revolução" sem precedentes na doutrina da Igreja. Uma atrapalhada correspondente de uma emissora brasileira afirmou que a renúncia do papa abriria caminho para as "reformas" do Concílio Vaticano II e que isso daria mais poderes aos bispos. Já outros declaravam que os recentes fatos colocavam em xeque o dogma da "Infalibilidade Papal", proclamado pelo Concílio Vaticano I. Nada mais fantasioso.
É verdade que uma renúncia tal qual a de Bento XVI nunca houve na história da Igreja. A última resignação de um papa aconteceu ainda na Idade Média e em circunstâncias bem diversas. Todavia, isso não significa que o Papa Ratzinger tenha modificado ou inventado qualquer novo dogma ou lei eclesiástica. O direito à renúncia do ministério petrino já estava previsto no Código do Direito Canônico, promulgado pelo Beato João Paulo II em 1983. Portanto, de modo livre e consciente - como explicou no seu discurso - Bento XVI apenas fez uso de um direito que a lei canônica lhe dava e nada nos autoriza a pensar que fora diferente. Usar desse pretexto para fazer afirmações tacanhas sobre dogmas e reformas na Igreja é simplesmente ridículo. Quem faz esses comentários carece de profundos conhecimentos sobre a doutrina católica, sobretudo a expressa no Concílio Vaticano II.
Outros comentaristas foram mais longe nas especulações e atestaram que a renúncia do Papa devia-se às pressões internas que ele sofria por seu perfil tradicionalista e conservador. Além disso, as crises pelos escândalos de pedofilia e vazamentos de documentos internos também teriam pesado na decisão. Não obstante, quem conhece o pensamento de Bento XVI sabe que ele jamais tomaria essa decisão se estivesse em meio a uma crise ou situação que exigisse uma particular solicitude pastoral. E isso ficou muito bem expresso na sua entrevista com o jornalista Peter Seewald - publicada no livro Luz do Mundo - na qual o Papa explica que em momentos de dificuldades, não é possível demitir-se e passar o problema para as mãos de outro.
Mas de todas as notícias veiculadas por esses jornais, certamente as mais esdrúxulas foram as que fizeram referência às antigas "profecias" apocalípiticas que prediziam o fim da Igreja Católica. Numa dessas reportagens, um notório jornal do Brasil dizia: "O anúncio da renúncia do papa Bento 16 fez relembrar a famosa "Profecia de São Malaquias", que anuncia o fim da Igreja e do mundo". É curioso notar o repentino surto de fé desses reconhecidos laicistas logo em teorias que proclamam o fim da Igreja. Isso tem muito a dizer a respeito deles e de suas intenções.
Por fim, também não faltaram os especialistas de plantão e teólogos liberais chamados pelas bancadas dos principais jornais do país para pedir a eleição de um papa "mais aberto". Segundo esses doutos senhores, a Igreja deveria ceder em assuntos morais, permitindo o uso da camisinha, do aborto e casamento gay para conter o êxodo de fiéis para as seitas protestantes. A essas pretensões deve-se responder claramente: A Igreja jamais permitirá aquilo que vai contra a vontade de Deus e nenhum Papa tem o poder de modificar isso. A doutrina católica é imutável. Ademais, os fiéis jovens da Igreja têm se mostrado cada vez mais conservadores e avessos à moral liberal. Inovações liberais para atrair fiéis nunca deram certo e os bancos vazios da Igreja Anglicana são a maior prova disso.
O comportamento vil da mídia secular leva-nos a fazer sérios questionamentos sobre a credibilidade e idoneidade dos chefes de redações que compõem as mesas desses jornais. Das duas, uma: ou esses senhores carecem de formação adequada e por isso seus textos são recheados de ignorâncias e nonsenses, ou então, esses doutos jornalistas têm um sério compromisso com a desinformação e a manipulação dos fatos, algo que está diametralmente oposto ao Código de Ética do Jornalismo. Se fôssemos seguir a cartilha desses órgãos de imprensa, hoje seríamos obrigados a crer que Bento XVI liberou a camisinha, excomungou o boi e o jumento do presépio, acobertou padres pedófilos e mais uma série de disparates que uma simples leitura correta dos fatos seria o suficiente para derrubar a mentira.
Na sua mensagem para o Dia Mundial da Comunicação de 2008, o Papa Bento XVI alertou para os riscos de uma mídia que não está comprometida com a reta informação. "Constata-se, por exemplo, que em certos casos as mídias são utilizadas, não para um correcto serviço de informação, mas para «criar» os próprios acontecimentos", denunciou o Santo Padre. Bento XVI assinalou que os meios de comunicação devem estar ordenados para a busca da verdade e a sua partilha. Pelo jeito, a imprensa secular ainda tem muito a aprender com o Santo Padre.
Fonte:http://padrepauloricardo.org/blog/a-renuncia-do-papa-e-os-oportunistas-da-imprensa-secular

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um Papa certo para tempos incertos


Pedro fala pela boca de Bento XVI. O legado que deixará à Igreja é um tesouro incalculável, desde a sua teologia a sua humildade cristã.

A Doutrina Católica ensina que o Papa é o "Servo dos Servos de Cristo". Sob ele recai o múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja.

Nos primeiros séculos do cristianismo, mais precisamente no século III, a Igreja Católica sofreu grandes abalos, ora advindos das perseguições bárbaras e pagãs, ora dos próprios membros da Igreja, com suas heresias acerca da Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Crises como as do Gnosticismo e do Arianismo teriam destruído a Igreja, dada a proporção de seus seguidores, não fosse a providência divina e a assistência do Espírito Santo ter suscitado grandes santos para a defesa de nossa fé, dando cumprimento a promessa de Cristo de que "as portas do Inferno não prevalecerão".
O ano de 451 foi marcado pelas grandes controvérsias cristológicas. Apartados da fé apostólica, inúmeros bispos passaram a acreditar na heresia monofisista. Essa heresia afirmava que Cristo possuía apenas a natureza divina. Contra isso, levantou-se o Papa São Leão Magno no seu famoso "Tomo a Flaviano", no qual declarava a união hipostática de Cristo, ou seja, que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O discurso do Santo Padre foi aclamado pelos bispos conciliares, reunidos em Calcedônia, sob a célebre frase: "Pedro falou pela boca de Leão".
A Doutrina Católica ensina que o Papa é o "Servo dos Servos de Cristo". Sob ele recai o múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja. Por isso, o Santo Padre "é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos bispos, quer da multidão dos fiéis". Como sucessor de São Pedro, o Sumo Pontífice tem o santo dever de confirmar a todos na fé (Luc. 22, 31-32). Esse carisma da unidade na fé e na caridade fez com que o escritor inglês G.K. Chesterton dissesse uma vez, parafraseando um antigo ditado: "Se o Papa não existisse, seria necessário inventá-lo".
Assim, se os Bispos de Calcedônia diziam: "Pedro falou pela boca de Leão" - hoje podemos afirmar que Pedro está falando pela boca de Bento XVI. Joseph Ratzinger é o Papa certo para tempos incertos. Num momento em que a Igreja vive uma encruzilhada entre a apostasia do relativismo e o martírio da ridicularização, o testemunho valente do Bispo de Roma tem dado aos católicos, principalmente aos jovens, o impulso necessário para a vivência virtuosa e apostólica da fé cristã.
No final do ano passado, quando todos os prognósticos da mídia certificavam a falência da autoridade papal, devido às corajosas condenações do Papa Bento XVI ao aborto e em defesa do matrimônio, a mensagem do Santo Padre encontrou eco onde menos se esperava: na juventude. Incentivando os fiéis católicos e os homens de boa vontade - até mesmo os de outras religiões - a se unirem em defesa dos princípios inegociáveis da dignidade humana, o Papa pediu que a verdade fosse anunciada sem medo de represálias.
Contra todos os prognósticos da mídia esquerdista mundial a juventude está com o Papa e deseja ardentemente ver a Igreja de sempre reinante.


"No diálogo com o Estado e a sociedade, naturalmente a Igreja não tem soluções prontas para as diversas questões. Mas, unida às outras forças sociais, lutará pelas respostas que melhor correspondam à justa medida do ser humano. Aquilo que ela identificou como valores fundamentais, constitutivos e não negociáveis da existência humana, deve defendê-lo com a máxima clareza. Deve fazer todo o possível por criar uma convicção que possa depois traduzir-se em ação política".
Para surpresa de todos, mas sobretudo daqueles que são inimigos da Igreja Católica, o pedido do Santo Padre foi atendido. As ovelhas ouviram a voz de seu pastor (Jo 10.3). Em todo mundo começaram a surgir movimentos em defesa da vida e da família.
A maior marcha pela vida da história americana foi um dos muitos movimentos ao redor do mundo que atendeu ao apelo do Papa Bento XVI.
No Reino Unido, mais de mil padres e bispos assinaram uma carta aberta ao Governo contra a união de homossexuais. Na França, 800 mil pessoas foram às ruas de Paris dizer um veemente não ao projeto do governo socialista de legalizar o "casamento" gay. Na Irlanda, 30 mil pessoas marcharam contra a legalização do aborto. E nos EUA, na capital da terra da liberdade, Washington D.C., 650 mil pessoas, na sua maioria jovens, protestaram contra os 40 anos da aprovação do aborto no país . Foi a maior marcha pela vida de toda a história dos americanos.
Há poucos dias, durante outra Marcha pela Vida nos EUA, mas dessa vez em São Francisco, 50 mil pessoas pediram o fim da lei do aborto no Estado americano. Como fez durante a Marcha pela Vida em Washingnton D.C., Bento XVI enviou uma mensagem de apoio aos participantes do protesto. Uma das coordenadoras do evento, Eva Muntean, revelou ter ficado admirada com o silêncio que os manifestantes fizeram para se ouvir as palavras do Santo Padre: "Podia-se escutar um alfinete cair. Estava tão silencioso, todo mundo prestava atenção. Isso foi muito especial para nós".
Pedro fala pela boca de Bento XVI. Sim, e o legado que esse Papa deixará à Igreja é um tesouro incalculável, desde a sua teologia a sua humildade cristã. Bento XVI é o Papa da Dominus Iesus[01], da certeza de que a única Igreja de Cristo é a Católica. O Papa que desmantelou a Teologia da Libertação[02] e pôs abaixo a babilônia dos teólogos liberais. O Papa que ensinou ao homem que Cristo não veio trazer um mundo melhor, veio trazer Deus. Que desmascarou a "ditadura do relativismo", mostrando que o único caminho de felicidade para o homem é a verdade de Cristo. Que recordou os povos de que "caridade sem verdade é sentimentalismo"[03]e que "um governo sem princípios morais não passa de uma quadrilha de malfeitores". Que "Deus é amor"[04] e que somos "Salvos na Esperança"[05]. E, finalmente, que "a porta da fé[06], que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós".
O católico tem um amor natural pelo sacerdote, ainda mais pelo Papa. São Josemaria Escrivá, no seu livro "Caminho", agradecia a Deus com a seguinte expressão: "Obrigado, meu Deus, pelo amor ao Papa que puseste no meu coração".
Na Santa Missa "Pro Eligendo Romano Pontifice"[07] - Missa de abertura do Conclave - o Cardeal Joseph Ratzinger encerrou sua memorável homilia rogando a Deus para que mandasse um novo pastor à Igreja, e que este fosse capaz, acima de tudo, de guiar o rebanho "ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria". A festa que se seguiu na Praça São Pedro após o anúncio do Cardeal Medina de que Joseph Ratzinger era o novo Papa só viria a confirmar o pedido do antigo cardeal a Deus. Como bem disse o jornalista Peggy Noonan em um artigo para o The Wall Street Journal, "o primeiro milagre de João Paulo II não foi o da sua beatificação, o primeiro milagre de João Paulo II foi Bento XVI".
Fonte:http://padrepauloricardo.org/blog/um-papa-certo-para-tempos-incertos