quarta-feira, 24 de abril de 2013

QUEM EDUCA NOSSAS CRIANÇAS?


No final do ano passado foi publicada uma pesquisa sobre a qualidade de ensino em 40 países. O Brasil ficou no 39ª lugar, sendo considerado um dos piores sistemas educacional do mundo.[1]  No entanto no inicio deste mês foi aprovada uma lei que obriga os pais a matricularem na escola seus filhos de apenas  4 anos de idade. [2]
Na primeira infância, do zero aos cinco anos de idade é formada a “base” da personalidade, neste  tempo é muito importante para a criança permanecer com a família. O amadurecimento cognitivo, que é responsável pela forma como o aluno aprende, acontece em torno dos 6 a 7 anos de idade, que coincide também com a capacidade de socialização. Isto é o que ensina a pedagogia e a ciência da psicologia. Então com que objetivo nossas crianças estão sendo retiradas do convívio familiar tão cedo? Se continuar neste ritmo futuramente nossos filhos sairão da  maternidade direto para a escola?
A família é o lugar próprio e ideal para os filhos ainda pequenos serem fortalecidos nos valores e na reta consciência. É no relacionamento com os pais que eles descobrem a própria identidade e sentem-se acompanhados por um sentimento de “pertença” (eu pertenço a uma família).
Como mãe de quatro filhos, acompanho com muito preocupação esta decisão do Governo Federal de obrigar por lei matricular as crianças de 4 anos na escola.  Percebo nesta decisão uma interferência direta na liberdade do exercício da paternidade e da maternidade, pois é estabelecido pelo Estado um tempo “inferior ao mínimo” para os pais formarem uma identidade familiar na criança.  As crianças também ficam  privadas precocemente do contato afetuoso que recebe de seus pais correndo o risco de uma descaracterização de ser parte de uma família. Porque nossas famílias são obrigadas a confiar a educação de seus filhos tão pequenos para os poderes públicos sendo que foi avaliado como um dos piores sistema educacional do mundo?
O Papa Bento XVI, durante os seus 8 anos de Pontificado nos advertiu sobre os riscos da ditadura do relativismo. A muito tempo algumas autoridades tem se esforçado em relativizar o valor fundamental da família e sua importância insubstituível para o desenvolvimento saudável da criança. Cabe aos pais desta geração acordar para os riscos dos quais os filhos estão vivenciando neste tempo, e buscar uma resposta para preservar o projeto original de Deus para a família.

Cleonice M. Kamer
Consagrada da Comunidade Bom Pastor

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