Já e ainda não
O capítulo 13 de São Marcos é, sem dúvida alguma, a página de mais difícil interpretação deste evangelho. Jesus começa a descrever os acontecimentos que precederão a sua vinda gloriosa. São três as dificuldades de interpretação:
1) A linguagem é necessariamente simbólica. Jesus quer nos ensinar como devemos nos comportar: vigilância. Nós, ao contrário, gostaríamos de ter um script com todos os detalhes de nosso futuro.
2) Os judeus esperavam que a vinda do Messias coincidisse com fim da história. Mas Jesus veio e... a história não acabou. Entre a vinda do Messias e o fim da história Jesus introduz uma novidade: o tempo da Igreja.
3) Isto significa que os fim dos tempos tem uma dupla característica (aparentemente contraditória):
a) O Messias já está aqui. Aqui se incluem então todos os detalhes que, no capítulo 13 de São Marcos já fazem parte do passado (cf. Destruição do Templo de Jerusalém, que marca a inauguração de uma nova presença de Deus na história), ou que ainda fazem parte do nosso presente (cf. Perseguição dos cristãos, que atesta a presença de Cristo em cada cristão perseguido). Dentro deste quadro se inscreve a frase de Jesus: “esta geração não passará até que tudo isto aconteça”, v. 30;
b) O Messias ainda não veio em sua glória. Aqui nós vemos a descrição do abalo cósmico deste mundo que passa e a futura manifestação gloriosa de Nosso Senhor. É neste contexto que se interpreta a frase: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”, v. 32.
De nossa parte, vivendo este já e ainda não, cabe-nos professar a FÉ na presença de humilde e escondida de Cristo em sua Igreja, ESPERAR a presença gloriosa de Cristo que virá nos introduzir na alegria do céu, e AMAR intensamente este Amor que se fez Presença, seja na glória, seja no escondimento.
Confira o áudio: http://padrepauloricardo.org/episodios/ja-e-ainda-nao
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