domingo, 18 de novembro de 2012

Evangelho



Já e ainda não

O capítulo 13 de São Marcos é, sem dúvida alguma, a página de mais difícil interpretação deste evangelho. Jesus começa a descrever os acontecimentos que precederão a sua vinda gloriosa. São três as dificuldades de interpretação:

1) A linguagem é necessariamente simbólica. Jesus quer nos ensinar como devemos nos comportar: vigilância. Nós, ao contrário, gostaríamos de ter um script com todos os detalhes de nosso futuro.
2) Os judeus esperavam que a vinda do Messias coincidisse com fim da história. Mas Jesus veio e... a história não acabou. Entre a vinda do Messias e o fim da história Jesus introduz uma novidade: o tempo da Igreja.
3) Isto significa que os fim dos tempos tem uma dupla característica (aparentemente contraditória):
a) O Messias  está aqui. Aqui se incluem então todos os detalhes que, no capítulo 13 de São Marcos já fazem parte do passado (cf. Destruição do Templo de Jerusalém, que marca a inauguração de uma nova presença de Deus na história), ou que ainda fazem parte do nosso presente (cf. Perseguição dos cristãos, que atesta a presença de Cristo em cada cristão perseguido). Dentro deste quadro se inscreve a frase de Jesus: “esta geração não passará até que tudo isto aconteça”, v. 30;
b) O Messias ainda não veio em sua glória. Aqui nós vemos a descrição do abalo cósmico deste mundo que passa e a futura manifestação gloriosa de Nosso Senhor. É neste contexto que se interpreta a frase: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”, v. 32.
De nossa parte, vivendo este já e ainda não, cabe-nos professar a FÉ na presença de humilde e escondida de Cristo em sua Igreja, ESPERAR a presença gloriosa de Cristo que virá nos introduzir na alegria do céu, e AMAR intensamente este Amor que se fez Presença, seja na glória, seja no escondimento.
Confira o áudio: http://padrepauloricardo.org/episodios/ja-e-ainda-nao

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